Os papas João Paulo II e João XXIII devem ser declarados santos em 27 de abril de 2014, segundo um anúncio feito pelo papa Francisco nesta segunda-feira em uma reunião com cardeais no Palácio Apostólico.
Em julho, o papa Francisco disse que ele canonizaria dois dos papas mais influentes do século XX juntos, ao aprovar um milagre atribuído a João Paulo II e ao entender que, devido às ações e postura de João XXIII, ele não precisaria da aprovação de um ato miraculoso.
Francisco é claramente um simpatizante de ambos: no aniversário da morte de João Paulo neste ano, Francisco rezou junto aos túmulos dos dois, uma indicação de que ele vê uma grande continuidade pessoal e espiritual neles. O primeiro milagre atribuído a João Paulo II, que ocupou o trono de Pedro de 1978 a 2005, teria ocorrido seis meses depois da morte, quando uma freira francesa disse ter sido curada da doença de Parkinson, por meio de orações feitas a ele. Karol Wojtyla foi beatificado em 1º de maio de 2011 por Bento XVI. João Paulo II beatificou João XXIII em 3 de setembro de 2000.
Francisco reconheceu um segundo milagre de João Paulo II, depois do parecer favorável da Congregação para as Causas dos Santos.
Em 2005, durante o funeral de João Paulo II, a multidão gritou várias vezes: "Santo Subito!" (Santo Já!), levando o Vaticano a acelerar os procedimentos necessários à canonização, que são iniciados, normalmente, cinco anos após a morte.
João XXIII ficou na história como o papa que promoveu o Concílio Vaticano 2º (1962-1965), revendo os rituais e doutrinas da Igreja, e defendeu a aproximação a outras religiões.
Muitos comparam o papa italiano, que morreu em 1963, com o atual líder da Igreja Católica pelas semelhantes atitudes pastorais: humildade, simplicidade e sentido de humor.
Os participantes do Concílio Vaticano 2º, em 1965, já tinham pedido a canonização do papa João XXIII, a quem pretendiam homenagear por conduzir a Igreja para tempos modernos.