Na nota que reage à decisão dos Estados Unidos, o governo venezuelano disse que seus diplomatas não tiveram a mesma atuação. “Eles não ousaram, em nenhum momento, participar de reuniões com grupos contrários ao governo do presidente Barack Obama e com pessoas interessadas em atuar contra o governo americano”, acrescentou o comunicado.
De acordo com a imprensa dos Estados Unidos, o encarregado de negócios da Venezuela em Washington, Calixto Ortega, já foi notificado sobre a expulsão. A segunda-secretária da embaixada, Mónica Alejandra Sánchez Morales, e a consulesa venezuelana na cidade de Houston, Marisol Gutiérrez de Almeida, também terão de deixar o país.
Em uma entrevista coletiva ainda na Venezuela, Kelly Keirderling, uma das diplomatas norte-americanas expulsas e ex-encarregada de negócios em Caracas, lamentou as acusações recebidas quanto à sua suposta participação em planos de sabotagem do sistema elétrico.
“Meu trabalho era o que comumente fazem os diplomatas para entender bem o país. Todas as acusações de sabotagem, de conspiração, de que nós vamos acabar com o mundo, todas são falsas", disse aos jornalistas em Caracas.
No comunicado divulgado hoje, o governo venezuelano considerou que as declarações de Kelly Keirderling comprovam as acusações feitas pelo presidente Nicolás Maduro. “Essas declarações são uma confissão aberta da ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos da Venezuela, por isso a funcionária foi considerada persona non grata”, disse o texto.
Maduro apresentou um vídeo com fotografias que, segundo ele, comprovam a participação de Kelly e seus colegas em uma reunião com uma organização da extrema direita no país.
Para adotar a medida de reciprocidade, o governo norte-americano disse ter se embasado na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. De acordo com a explicação, a convenção permite executar a medida de expulsão sem explicitar motivos ou razões.