As vítimas do naufrágio da última quinta-feira em frente à ilha italiana de Lampedusa, que deixou entre 300 e 390 mortos, terão direito a funerais de Estado, anunciou nesta quarta-feira o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta.
O presidente do Conselho Italiano anunciou esta decisão durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, com a Comissária Europeia de Assuntos do Interior, Cecilia Malmstrom, e com o ministro italiano do Interior, Angelino Alfano.
Em sua chegada nesta quarta-feira a Lampedusa, Letta e Barroso, acompanhados de Malmstrom e Alfano, foram recebidos com vaias e gritos de "assassinos" pelos moradores locais, revoltados com a tragédia envolvendo os imigrantes ilegais na ilha.
"Vergonha!", "Assassinos", gritaram os moradores no aeroporto, agitando fotografias dos imigrantes na direção de Barroso e Letta, comprovou a AFP.
"Deveriam estar envergonhados de si mesmos! Têm que resolver este problema humanitário", disse um dos manifestantes.
Lampedusa, uma ilha com menos de 6.000 habitantes, critica Roma por não ter uma política de acolhida coerente e a Europa por não ser suficientemente solidária com os imigrantes ilegais que chegam à ilha buscando refúgio.