A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou ao presidente russo, Vladimir Putin, a sua preocupação com o destino dos militantes do Greenpeace detidos no fim de setembro no Ártico, durante conversa por telefone esta quarta-feira.
Entre os ambientalistas está a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, de 31 anos.
"A chanceler manifestou ao presidente Putin sua inquietação relativa ao aprisionamento da tripulação do navio do Greenpeace, detido na Rússia, e ela expressou o desejo de que a questão seja resolvida em breve", informou o porta-voz adjunto de Angela Merkel, Georg Streiter, durante uma coletiva de imprensa diária.
O navio Arctic Sunrise foi abordado no fim de setembro pela guarda costeira russa no Mar de Barents, no Ártico, depois que membros de sua tripulação tentaram escalar uma plataforma de petróleo russa em 18 de setembro com o objetivo de exibir uma bandeira denunciando os riscos ecológicos da exploração.
Todos os membros da tripulação do navio - 28 militantes da ONG, de diferentes nacionalidades, incluindo a brasileira, e dois jornalistas 'freelance' - foram colocados em detenção por dois meses em Murmansk (noroeste). Eles foram acusados de "pirataria em grupo organizado", e por isso podem ser condenados a até 15 anos de prisão.
A chanceler conversou pela manhã com Putin, que a saudou pela vitória nas eleições legislativas de 22 de setembro.
Os dois dirigentes manifestaram a vontade de fazer consultas governamentais bilaterais o mais rápido possível, assim que o novo governo alemão assumir o poder.
Em Moscou, o Kremlin simplesmente informou que Merkel e Putin discutiram "problemas internacionais e bilaterais urgentes", sem mencionar o Greenpeace.
Também nesta quarta-feira, o pai de um dos seis britânicos presos na Rússia falou à imprensa.
Após uma reunião com autoridades do 'Foreign Office' (ministério britânico das Relações Exteriores) para discutir o caso, Clifford Harris revelou que sua filha, Alexandra, foi a única entre os seis a conseguir conversar por telefone com a família nas últimas quatro semanas.
"Nós conversamos com ela cinco dias atrás. Ela está aterrorizada. É o desconhecido. As condições são bem rudimentares em comparação com as que se esperaria neste país", declarou Harris durante uma coletiva concedida após o encontro.
"Mas é a forma russa de fazer as coisas, portanto é preciso respeitar isso", concluiu.