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Estado de Minas

Violino do diretor de orquestra do Titanic é leiloado por U$ 1,45 milhão

A venda bate um novo recorde para um objeto do Titanic. O anterior tinha sido estabelecido por um mapa do navio de quase dez metros e que foi usado durante a investigação posterior ao naufrágio de abril de 1912


postado em 19/10/2013 14:49 / atualizado em 19/10/2013 15:23

O violino de madeira rosa do diretor da orquestra do Titanic, que foi encontrado num sótão inglês em 2006, foi leiloado neste sábado na Inglaterra por 1,45 milhão de dólares (1,063 milhão de euros), 101 anos depois do naufrágio do navio. O leilão durou apenas dez minutos para atingir seu preço final e deixou os presentes impressionados. "Estamos encantados", afirmou Christine Aldridge, porta-voz da casa de leilões Henry Aldridge & Son, que avaliava a peça entre 236.000 a 354.400 euros.


A venda bate um novo recorde para um objeto do Titanic. O anterior tinha sido estabelecido por um mapa do navio de quase dez metros e que foi usado durante a investigação posterior ao naufrágio de abril de 1912, vendido há dois anos por 259.900 euros (355.000 dólares).


O instrumento data de 1880 e é de origem alemã, e teve posteriormente acrescida a marca Giovan Paolo Maggini Brescia, segundo a casa de leilões Henry Aldridge & Son, encarregada da venda. "Seu estado reflete sua vida agitada, com sinais de restauração e grandes fissuras no corpo do violino", acrescentou. Só lhe restam duas cordas.

Foram necessários sete anos para certificar a origem deste violino, que milagrosamente sobreviveu à tragédia, explicou Andrew Aldridge, da casa de leilões.


O violino pertenceu a Wallace Hartley, diretor da pequena orquestra do Titanic. No momento em que o navio afundava, Hartley decidiu tocar o hino religioso "Mais perto de ti, Deus meu", em uma tentativa de acalmar os passageiros que tentavam entrar nos poucos botes salva-vidas, segundo contaram os sobreviventes. Os oito músicos morreram e o restos de Wallace Hartley permaneceram dez dias na água antes de serem recuperados. "O violino estava numa bolsa de pele presa ao corpo", contou Andrew Aldridge.


Pouco depois da tragédia, a mãe de Wallace Hartley declarou à imprensa: "Sabia que ele morreria abraçado a seu violino. Era apaixonadamente apegado a esse instrumento". O instrumento, presente de sua namorada, Maria Robinson, tinha uma pequena placa de prata com a inscrição ainda visível: "Para Wallys, em motivo do nosso noivado. Maria".

Depois de recuperar o precioso instrumento, as autoridades canadenses o enviaram a Maria Robinson. Quando ela morreu em 1939, o instrumento foi para o Exército da Salvação. Em uma carta datada do início dos anos 40, uma professora de música da organização de caridade escreveu: "É quase impossível de tocar, certamente por causa de sua vida agitada". O instrumento caiu nas mãos de uma família, que o guardou em um sótão. "Tem uma história humana incrível", comentou Andrew Aldridge. "Wallace Hartley é uma das pessoas mais importantes da história do Titanic por sua coragem", acrescentou.


O violino foi exibido em dois museus americanos, no Titanic Branson, no Missouri, e no Titanic Pigeon Forge, no Tennessee. Depois foi exposto no museu norte-irlandês "Titanic Belfast", não muito longe de onde o navio foi construído. O Titanic naufragou nas águas glaciais do Atlântico Norte em sua viagem inaugural na noite de 14 de abril de 1912 depois de se chocar com um iceberg. Das cerca de 2.200 pessoas a bordo, morreram mais de 1.500. Para muitos, esse naufrágio foi símbolo da arrogância do homem moderno castigada pela natureza e, para alguns, também foi o prelúdio da decadência do império britânico.


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