O consórcio formado pela Petrobras (40%), a anglo-holandesa Shell (20%), a francesa Total (20%) e as chinesas China National Corporation (CNPC, 10%) e China National Offshore Oil Corporation (CNOOC, 10%) venceu nesta segunda-feira a licitação para explorar a maior reserva de petróleo do Brasil, o campo Libra, anunciou a Agência Nacional de Petróleo (ANP).
O consórcio foi o único que se apresentou na licitação deste campo com reservas provadas de entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo. As empresas ofereceram a exigência mínima de excedente de petróleo para o Estado, 41,65%.
A alta participação da Shell e Total no consórcio surpreendeu o mercado, que apostava no protagonismo das corporações chinesas, por fim minoritárias.
"Libra será um divisor de águas entre o passado e o futuro", disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, destacando que este campo o Brasil "mais que duplicou seu estoque de reservas de petróleo provadas".
"É um momento único na história do povo do Brasil", disse a diretora da ANP, Magda Chambriard.
Este foi o primeiro leilão de um campo do "pré-sal", as gigantescas jazidas em águas ultraprofundas brasileiras descobertas a partir de 2007, sob um novo regime que concede à Petrobras uma participação obrigatória mínima de 30% na concessão.
O gigantesco campo de 1.500 km², situado na bacia de Santos, a 183 km da costa do Rio de Janeiro, poderá alcançar uma produção máxima de 1,4 milhão de b/d em cinco anos.
O Brasil produz atualmente cerca de 2 milhões de b/d e busca mais que duplicar sua produção para 2020.
A licitação de Libra aconteceu em meio a enfrentamentos entre manifestantes e as forças de segurança, que usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o protesto, com um saldo de pelo menos cinco feridos em frente ao hotel onde o leilão foi realizado.