O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi ressuscitou na noite desta sexta-feira a Forza Italia, seu antigo partido, e confirmou que continuará "apoiando o governo" de coalizão de esquerda-direita de Enrico Letta.
"Continuaremos apoiando o governo", declarou Il Cavaliere durante entrevista coletiva após uma reunião do Povo da Liberdade (PDL), partido que pode desaparecer com o renascimento da Forza Italia, criado há 20 anos.
Berlusconi fundou a Forza Italia ao entrar na política, em 1994, com os executivos da sua holding Fininvest, que na ocasião já controlava três redes de televisão, jornais, a editora Mondadori e o clube de futebol AC Milan.
Na noite desta sexta-feira, a volta da Forza Italia "foi votada por unanimidade", disse Silvio Berlusconi.
Na votação estiveram ausentes os cinco ministros do PDL que integram o governo, incluindo o vice-primeiro-ministro encarregado da pasta do Interior, Angelino Alfano.
Exatamente Alfano foi o líder da rebelião diante da decisão de Berlusconi, no final de setembro, de retirar todos os seus ministros do governo.
Contrariando todos os prognósticos, o PDL terminou apoiando a moção de confiança ao governo de Letta, mas o partido ficou dividido entre a ala pró-governo, conhecida como "as pombas", e os "falcões" pró-Berlusconi.
No PDL "existem contrastes e desentendimentos pessoais, mas continuamos destacando nossa vontade de unidade", declarou Berlusconi.
O governo de Letta parece salvo, mas Berlusconi - que pode perder seu mandato de senador caso o Senado vote sua suspensão por fraude fiscal - não pensa em ficar de braços cruzados.
Se o Partido Democrata (PD, maioria) votar a suspensão, "então será muito difícil continuar colaborando com um aliado com o qual trabalhamos no gabinete mas que ao mesmo tempo dá seu aval a uma decisão equivocada da justiça", concluiu.