O presidente do Uruguai, José Mujica, que viajará este domingo ao Brasil e na segunda-feira à Venezuela, discutirá com seus colegas, a brasileira Dilma Rousseff, e o venezuelano Nicolás Maduro, a permanência das forças de paz uruguaias no Haiti, informou neste sábado uma fonte da Presidência.
"Vai haver um diálogo conjunto com relação à situação do Haiti", durante a visita de Mujica ao Brasil, disse o vice-secretário da Presidência, Diego Cánepa, durante coletiva celebrada após o encerramento do Conselho de Ministros.
Cánepa afirmou que "há uma enorme preocupação, tanto do governo brasileiro, quanto do nosso governo, o presidente da república em particular, com a evolução da situação no Haiti e a evolução dos objetivos da MINUSTAH (Missão de Estabilização para o Haiti)".
"O ministro entende que devem ser cumpridos os objetivos originais e senão deve ser avaliada a retirada gradual das tropas do Haiti", acrescentou.
O Uruguai tem 840 homens, uma centena a menos que no começo de sua participação na MINUSTAH - criada pelo Conselho de Segurança da ONU em 2004 -, uma missão também integrada por militares de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Filipinas, Guatemala, Indonésia, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru e Sri Lanka.
A ONU estabeleceu em 10 outubro reduzir sua missão de paz no Haiti a um máximo de 5.021 soldados, quando até agora eram 6.233.
O Brasil iniciou em março deste ano uma redução de seu contingente no país e comanda a MINUSTAH, com 12 mil homens.
O presidente uruguaio também discutirá a situação com Maduro, já que a "Venezuela é um ator importante no Haiti, embora não tenha presença de tropas venezuelanas de acordo com a situação do Petrocaribe e a reça~ap que tem com a região do Caribe", para onde vende petróleo a preços mais baixos, disse Cánepa.
A visita de Mujica à Venezuela servirá para avançar na relação comercial entre os dois países, enquanto no Brasil a agenda abordará, entre outros assuntos, a continuação das negociações para um TLC entre Mercosul e União Europeia, explicou a fonte.