A cisão no partido de Berlusconi ficou evidente durante o Conselho Nacional do PDL, realizado ontem em Roma e que deveria reunir todos os políticos do partido. Alfano, que exercia o cargo de secretário-geral do PDL, e outros não compareceram. Berlusconi fez um discurso de uma hora e meia e encerrou anunciando a extinção da legenda, retomando o nome original de seu movimento político, Forza Italia.
Berlusconi explicou que não pretende mudar o programa político da legenda, apenas retomar "o nome que todo o mundo guardava no coração". "Algumas coisas aconteceram que nos levaram a retomar o Força Itália. Em 2007, decidimos adotar o nome do PDL porque tínhamos como objetivo unir todos os partidos políticos que formavam a centro-direita. Com o tempo alguns (partidos) falharam e nós consideramos que não era mais o caso de escolher um novo nome, até por que, agora, sobramos somente nós, os de 94 ", explicou o senador, referindo-se à criação da Força Itália.
Com a extinção do PDL, Berlusconi anunciou o rompimento com a coalizão do governo de Letta e deve liderar seus partidários a uma política mais à direita. A decisão do magnata dos meios de comunicação foi justificada, segundo ele, por causa de sua iminente expulsão do Senado, em consequência das acusações de fraude que enfrenta na Justiça. “É muito difícil pensar que podemos continuar aliados no parlamento e, acima de tudo sentados na mesma mesa do gabinete, com alguém que quer matar o seu líder politicamente”, declarou Berlusconi no congresso do partido.
Reconhecendo o golpe e a perda de influência entre seus aliados, O Cavaliere, comom principal figura política nas Itália em duas décadas, passou para a defensiva. "Neste momento, após a decisão tomada por 23 dos nossos senadores em 2 de outubro, não somos capazes de derrubar o governo", disse Berlusconi. O futuro político do bilionário de 77 anos de idade está balançando e sua expulsão do Parlamento se torna cada vez mais evidente. Resta saber se sobreviverá politicamente.