Duas pessoas, incluindo uma criança, morreram nesta sexta-feira em confrontos entre opositores e partidários do presidente deposto Mohamed Mursi, enquanto a polícia dispersou várias manifestações com gás lacrimogêneo em todo o país.
Um homem foi morto em el-Menia (centro) e uma criança de 10 anos, atingida por uma bala na cabeça, morreu no Canal de Suez, indicou Khaled al-Khatib, funcionário do departamento de emergência do ministério da Saúde, citado pela agência de notícias Mena.
Segundo a mesma fonte, 15 pessoas ficaram feridas em todo o país em confrontos entre opositores e partidários de Mursi, que manifestam quase diariamente para exigir o seu retorno ao poder, desafiando a repressão das novas autoridades que causaram a morte de mais de mil pessoas.
De acordo com o ministério do Interior, 27 pessoas foram presas, principalmente no Cairo, onde grandes manifestantes foram registradas.
Os protestos foram organizados nos bairros de Héliopolis e Nasr City, onde a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os partidários de Mursi.
Os islamitas convocaram manifestações para toda a semana para denunciar a dispersão pela polícia dos protestos em 14 de agosto que terminou, segundo fontes oficiais, com 627 mortes.
Em 3 de julho, o general Abdel Fattah al-Sisi, vice-primeiro-ministro, ministro da Defesa e comandante em chefe do Exército, destituiu Mursi, evocando o descontentamento de milhões de egípcios que saíram às ruas em 30 de junho para reclamar a sua partida, acusando-o de monopolizar o poder a favor da Irmandade Muçulmana e de quer islamizar a sociedade.
Os partidários do primeiro chefe de Estado democraticamente eleito no país denunciam, por sua vez, um golpe militar.