Centenas de pessoas de todas as raças se reuniram para uma vigília festiva improvisada na frente da casa do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, em Johannesburgo, imediatamente após o anúncio de sua morte, nesta quinta-feira à noite.
O clima era mais de celebração do que de recolhimento, com jovens e idosos agitando bandeiras e segurando velas, entoando o hino nacional e cânticos anti-Apartheid, aos gritos de "Viva, Mandela!".
A polícia suspendeu o tráfego de veículos no bairro.
Ashleigh Williams, que mora perto da casa do herói nacional, contou que foi para lá assim que ouviu a notícia na televisão.
"Eu sabia que esse dia viria, mas eu posso dizer que o combate do nosso Madiba bem-amado era justo. Agora, é hora de ele descansar", afirmou.
"Meu coração está cheio de alegria e de tristeza ao mesmo tempo. Ele deixa um grande legado. (...) Acho impossível que qualquer pessoa possa tomar seu lugar", completou a moradora.
"Eu estou aqui, porque é o dia mais desastroso da minha vida na África do Sul. Acabamos de perder o pai da nossa nação. Eu soube da notícia e eu tinha de vir, apenas para lhe dar um último adeus", desabafou Ebrahim Omar.
"Para o mundo, ele era um ícone. Para nós, ele era um líder, nosso herói", disse outro participante dessa vigília, antes de começar a cantar.
Nelson Mandela faleceu nesta quinta-feira, aos 95 anos. Ele estava em casa desde 1º de setembro, depois de ficar internado por quase três meses no hospital por uma recaída de sua infecção pulmonar.
Segundo a presidência sul-africana, seu quadro de saúde se encontrava em estado crítico há cerca de cinco meses.