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Estado de Minas O LONGO REGRESSO PARA CASA

Madiba vai receber um funeral de Estado e será sepultado no dia 15

Em nome da família, Mandla Mandela, neto mais velho de Madiba, agradeceu aos sul-africanos e ao mundo inteiro pelas mensagens de apoio


postado em 07/12/2013 00:12 / atualizado em 07/12/2013 08:39

Brasília – Nelson Rolihlahla Mandela começará, nos próximos dias, uma longa jornada de volta para casa. Antes que seu corpo seja depositado no túmulo, aos pés das montanhas onde ele gostava de brincar quando criança, no vilarejo de Qunu, os sul-africanos poderão se despedir de Tata (“pai”, na língua xhosa). O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, confirmou que Madiba vai receber um funeral de Estado e será sepultado no dia 15. “Nós deveríamos trabalhar, todos juntos, para organizar o funeral mais digno possível para este filho excepcional de nosso país e pai de nossa jovem nação”, afirmou. Zuma declarou o domingo (amanhã) como “Dia Nacional de Oração e Reflexão”. “Nós apelamos a todas as pessoas a se reunirem em salões, igrejas, mesquitas, templos, sinagogas e em suas casas para oração e meditação, refletindo sobre a vida de Madiba e sua contribuição para nosso país e para o mundo”, recomendou.

O presidente anunciou os detalhes das exéquias de Mandela. “O memorial oficial vai ocorrer em 10 de dezembro, no Estádio FNB (Soccer City), em Johanesburgo. De 11 a 13 de dezembro, os restos de nosso amado Madiba vão permanecer na sede do governo, o Union Buildings, em Pretória, onde ele serviu como o primeiro presidente desta jovem democracia. Durante esses dias, memoriais oficiais serão realizados em todas as províncias e regiões", explicou. “Nós sempre amaremos Madiba por nos ensinar que é possível superar o ódio e a raiva, a fim de construir uma nova nação.”


A Casa Branca confirmou que o presidente dos EUA, Barack Obama, e a mulher, Michelle, viajarão na próxima semana à África do Sul para homenagear o ícone da luta pela igualdade racial. O ex-presidente George W. Bush e sua mulher, Laura, também os acompanharão. Dezenas de outros dignitários, entre eles a presidente Dilma Rousseff, devem se despedir do homem que rompeu as barreiras do preconceito e remodelou a "nação arco-íris" – como a África do Sul é chamada desde o fim do apartheid (regime de segregação racial), em 1994. Apresentadora americana Oprah Winfrey, a ex-primeira-dama Hillary Clinton e o ex-capitão da seleção sul-africana de rúgbi François Pienaar, entre outras personalidades, vão marcar presença.

Em nome da família, Mandla Mandela, neto mais velho de Madiba, agradeceu aos sul-africanos e ao mundo inteiro pelas mensagens de apoio recebidas desde a morte do avô, na noite de quinta-feira. "Agradeço profundamente o apoio nacional e internacional que nossa família tem recebido durante os prolongados problemas de saúde de Madiba. Em nossa família, reconhecemos que Madiba não pertence apenas a nós, pertence ao mundo inteiro", afirma o comunicado de Mandla. "As mensagens que recebemos desde a noite de ontem nos animam", completou.

Morador de Johannesburgo, o empresário Vusi Thembekwayo, de 28 anos, disse ao Correio que pretende homenagear Madiba nos eventos da próxima semana. "Eu acabo de retornar da casa da família Mandela, no bairro de Houghton. O clima é de tristeza pela partida dele, mas, ao mesmo tempo, emocionante, por causa do futuro que ele construiu para nós", relatou, por meio da internet. "Nós estamos todos celebrando sua vida. Entoando canções de batalha e imortalizando o nome de Madiba."

GRATIDÃO


Para o comediante sul-africano Chris Mapane, de 28 anos, o funeral de Mandela será a chance de demonstrar gratidão a um líder que transformou a vida dele e da família. E de exorcizar de vez o passado. "Quando eu tinha cinco anos, meus pais acordaram a mim e à minha irmã de madrugada. Papai me carregou, enquanto minha mãe a levou. Encontramos familiares e começamos a correr a esmo, fugindo da polícia. Ainda não sei o que aconteceu. Havia dias em que não podíamos ‘cruzar’ uma linha imaginária", contou o também morador de Johanesburgo. Certa vez, quando Mapane ia para a escola, escutou um rapaz se aproximar e cantar "Ayang skolong wa nyela" ("Você vai para a escola e estará na m…"). Ele diz que deve tudo a Mandela, a quem considera herói, pai, modelo de vida, inspiração e liberdade. "Obrigado, Tata, Madiba, pela vida que eu tenho", disse. "Eu espero poder vê-lo. A despedida, para mim, significa dizer: ‘Obrigado, Madiba, ninguém pode substituir o que você fez por nós".


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