Leia Mais
Cortejo fúnebre de Mandela atravessará Pretória na quarta, quinta e sexta-feiraEntre a dor e a esperança, sul-africanos se uniram na despedida de Nelson MandelaMadiba vai receber um funeral de Estado e será sepultado no dia 15Quando o pai de Mandela, Henry Gadla Mphakanyiswa, foi perseguido por magistrados brancos e destituído como chefe do vilarejo Mvezo, onde o líder sul-africano nasceu, a família se refugiou ali perto, em Qunu, segundo as explicações do Museu Nelson Mandela. Começava, nesse momento, a ligação entre o líder e o vilarejo. Ali, Rolihlahla Mandela ganhou o nome inglês Nelson no primeiro dia de escola, seguindo uma tradição local de colocar nomes cristãos nas crianças.
DIAS FELIZES
Os dias do jovem Nelson Mandela em Qunu foram marcados por brincadeiras, como lutas, pesca e deslizamento nas encostas com os amigos. A vida em Qunu era simples. A cama era um tapete no chão de uma das três cabanas redondas de palha e barro herdada da mãe. Suas refeições eram cozidas sobre fogueiras a céu aberto, com alimentos colhidos da horta da família. “Foi nos campos que eu aprendi a abater as aves do céu com um estilingue, coletar mel e frutas silvestres e raízes comestíveis, beber leite quente tirado na hora, direto de uma vaca, a nadar nas correntes frias e claras e a capturar peixes com barbantes e pedaços de fio”, escreveu em sua biografia.
Em sua primeira visita a Qunu como homem livre, em 1990, depois de passar 27 anos de prisão, Mandela chocou-se ao encontrar o vilarejo incrivelmente pobre. Lá, ele construiu uma pequena casa, onde passou boa parte de seus últimos anos de sua vida, até seus problemas de saúde o impedirem de voltar. No local, Mandela encontrou paz e inspiração para escrever seu livro de memórias. “Quando muito pequeno, passei a maior parte do meu tempo livre nas estepes jogando ou lutando com os outros meninos da vila”, anotou em Longa caminhada. “Um menino que permaneceu em casa amarrado à barra da saia da mãe e foi considerado um maricas.”