"Está se desenhando uma vitória ampla de Matteo Renzi, principalmente nas regiões importantes, e ele terá um mandato e uma responsabilidade muito fortes", ressaltou o ex-sindicalista Guglielmo Epifani.
Às 20h15 GMT (18h15 de Brasília), uma hora depois do início da apuração, Renzi tinha mais de 69% dos pouco mais de 1 milhão de votos apurados, superando com folga seus adversários Gianni Cuperlo (18%), que já reconheceu a derrota e manifestou apoio ao vencedor, e Giuseppe Civati (13%).
O chefe de governo, Enrico Letta, que pertence à direção do PD, felicitou Renzi e expressou seu desejo de "trabalhar com o novo secretário (do partido) com um espírito de equipe que será frutífero, útil ao país e à centro-esquerda", enquanto se mostrou satisfeito com a grande participação dos militantes do PD, "que representa um muro frente ao crescente populismo".
Diante da desilusão dos italianos com a política, os organizadores estavam temerosos de que a participação pudesse ser menor do que nas primárias anteriores, de 2009 e do final de 2012.
Às 16h00 (14h00 de Brasília), a participação já era de 1,950 milhões de eleitores, anunciaram satisfeitos os organizadores.
As primárias são importantes porque podem decretar uma mudança no PD, herdeiro do antigo Partido Comunista italiano, e influenciar o futuro do governo do primeiro-ministro, Enrico Letta.
Durante toda a sua campanha, com o slogan "Mudar de sentido", Renzi também fez críticas ao governo de esquerda-direita de Letta.
Alguns, como Silvio Berlusconi -que recentemente perdeu seu acento de senador- apostam em um rompimento entre Letta e Renzi, membros do mesmo partido, e sonham com novas eleições legislativas.
Mas muitos analistas acreditam apenas que Renzi vai dar um sangue novo ao governo de Letta e do presidente Giorgio Napolitano.
Na quarta-feira, Letta deve se apresentar ante o Parlamento para confirmar sua maioria, depois que Berlusconi e outros integrantes da direita passaram para a oposição. A votação deve ser uma formalidade, já que o Executivo segue contando com o apoio de cerca de cinquenta parlamentares reunidos sob a bandeira da Nova Centro-Direita de Angelino Alfano, antigo herdeiro de Berlusconi.
Mas Letta pode aproveitar a oportunidade para acelerar as reformas institucionais (redução do número de parlamentares, nova lei eleitoral) e econômicas para recuperar o mercado de trabalho frente a uma taxa de desemprego de mais de 12%.