Jornal Estado de Minas

'Ampla' vitória de Matteo Renzi nas eleições primárias do PD na Itália

O político faz parte do Partido Democrata (PD), principal força da esquerda italiana

AFP

Uma hora depois do início da apuração, Renzi tinha mais de 69% dos pouco mais de 1 milhão de votos apurados - Foto: REUTERS/Giorgio PerottinoO prefeito de Florença, Matteo Renzi, se encaminha para uma "vitória ampla" depois das eleições primárias do Partido Democrata (PD), principal força da esquerda italiana, anunciou na noite deste domingo o secretário provisório do PD.


"Está se desenhando uma vitória ampla de Matteo Renzi, principalmente nas regiões importantes, e ele terá um mandato e uma responsabilidade muito fortes", ressaltou o ex-sindicalista Guglielmo Epifani.


Às 20h15 GMT (18h15 de Brasília), uma hora depois do início da apuração, Renzi tinha mais de 69% dos pouco mais de 1 milhão de votos apurados, superando com folga seus adversários Gianni Cuperlo (18%), que já reconheceu a derrota e manifestou apoio ao vencedor, e Giuseppe Civati (13%).


O chefe de governo, Enrico Letta, que pertence à direção do PD, felicitou Renzi e expressou seu desejo de "trabalhar com o novo secretário (do partido) com um espírito de equipe que será frutífero, útil ao país e à centro-esquerda", enquanto se mostrou satisfeito com a grande participação dos militantes do PD, "que representa um muro frente ao crescente populismo".


Diante da desilusão dos italianos com a política, os organizadores estavam temerosos de que a participação pudesse ser menor do que nas primárias anteriores, de 2009 e do final de 2012.


Às 16h00 (14h00 de Brasília), a participação já era de 1,950 milhões de eleitores, anunciaram satisfeitos os organizadores.


As primárias são importantes porque podem decretar uma mudança no PD, herdeiro do antigo Partido Comunista italiano, e influenciar o futuro do governo do primeiro-ministro, Enrico Letta.


Durante toda a sua campanha, com o slogan "Mudar de sentido", Renzi também fez críticas ao governo de esquerda-direita de Letta.


Alguns, como Silvio Berlusconi -que recentemente perdeu seu acento de senador- apostam em um rompimento entre Letta e Renzi, membros do mesmo partido, e sonham com novas eleições legislativas.


Mas muitos analistas acreditam apenas que Renzi vai dar um sangue novo ao governo de Letta e do presidente Giorgio Napolitano.


Na quarta-feira, Letta deve se apresentar ante o Parlamento para confirmar sua maioria, depois que Berlusconi e outros integrantes da direita passaram para a oposição. A votação deve ser uma formalidade, já que o Executivo segue contando com o apoio de cerca de cinquenta parlamentares reunidos sob a bandeira da Nova Centro-Direita de Angelino Alfano, antigo herdeiro de Berlusconi.


Mas Letta pode aproveitar a oportunidade para acelerar as reformas institucionais (redução do número de parlamentares, nova lei eleitoral) e econômicas para recuperar o mercado de trabalho frente a uma taxa de desemprego de mais de 12%.