A prestigiosa revista americana destacou o papel do ex-arcebispo de Buenos Aires para "comprometer" uma Igreja que tem 1,2 bilhão de fiéis no mundo "a enfrentar as necessidades mais profundas e equilibrar seu julgamento com piedade".
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Papa Francisco pede 'grito' contra fome no mundoPapa Francisco homenageia Mandela por ter criado uma nova África do SulPapa Francisco surpreende fiéis ao abraçar homem com tumores no rosto Papa Francisco estampa a capa da edição de fevereiro da Rolling Stone"Em seus nove meses no poder, se colocou no centro das discussões chaves de nossa era: sobre riqueza e pobreza, equanimidade e justiça, transparência, modernidade, globalização, o papel da mulher, a natureza do casamento, as tentações do poder", destacou.
A chegada de Francisco ao Vaticano aconteceu no momento em que a Igreja Católica atravessa uma de suas crises mais profundas, após os escândalos de pedofilia dos últimos anos e acusações de afastamento dos fiéis.
O Vaticano reagiu com a afirmação de que o anúncio "não é surpreendente, levando em consideração a ressonância e a ampla atenção dada ao Papa Francisco e ao início do novo papado", e destacou o "sinal positivo" de que tenha recebido "um dos reconhecimentos mais prestigiosos da imprensa internacional".
"O papa não busca a fama ou o sucesso porque está a serviço do Evangelho de Deus, de amor para todos. Se a escolha como personalidade do ano significa que as pessoas entenderam, ao menos implicitamente, esta mensagem, então o deixará definitivamente feliz", afirmou o porta-voz da Santa Sé, Francisco Lombardi.
Atrás do papa Francisco ficou o ex-consultor da NSA o americano Edward Snowden, que revelou o programa secreto de espionagem do governo de seu país e atualmente está asilado na Rússia. O papa Francisco, primeiro latino-americano , foi "uma escolha muito interessante este ano", afirmou .
Entre os cinco finalistas estavam ainda a americana Edith Windsor, que venceu um caso na Suprema Corte do país sobre os direitos dos casais homossexuais; o presidente sírio Bashar al-Assad, que permanece no poder apesar das pressões internacionais; e o senador americano Ted Cruz, responsável pela estratégia republicana para forçar a paralisação do governo federal há alguns meses.
A designação de "personalidade do ano" é uma tradição anual da revista Time desde 1927. A figura escolhida ocupa a capa da edição de fim de ano da revista. Em 2012, a personalidade do ano foi o presidente americano Barack Obama, reeleito para o cargo.
Em 2011, a personalidade do ano da revista Time foi a figura do "manifestante", em um reconhecimento às pessoas de todo o mundo, em particular do Oriente Médio e norte da África, que saíram às ruas para lutar por seus direitos na denominada "Primavera Árabe".