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Estado de Minas

Letta promete salvar a Itália da crise e do populismo


postado em 11/12/2013 15:10

O governo do primeiro-ministro Enrico Letta prometeu nesta quarta-feira salvar a Itália, para que o país não volte a afundar na crise, e lutar contra o populismo, durante uma moção de confiança após a passagem do partido de Silvio Berlusconi para a oposição.

Letta obteve sem surpresa durante a tarde a confiança dos deputados com 379 votos a favor e 212 contrários.

"Nós não iremos permitir que a Itália volte a cair", declarou o presidente do Conselho ante os deputados, num momento em que seu país parece pronto para sair do mais longo período de recessão do pós-guerra, embora continue marcado por tensões sociais.

Todo o bairro do Parlamento foi isolado por medo de novas manifestações dos "forconi", movimento heterogêneo envolvendo agricultores, comerciantes e caminhoneiros que reivindicam a saída do governo.

Suas ações no início da semana foram marcadas por incidentes com a polícia, em especial em Turim (norte), e receberam um forte apoio do ex-comediante Beppe Grillo. Um apoio estigmatizado por Enrico Letta, que atacou aqueles que "querem arruinar a democracia representativa".

Letta também atacou fortemente as forças populistas, tanto em seu país quanto na Europa, defendendo vigorosamente a União Europeia, cuja presidência rotativa será assumida pela Itália em 1º de julho de 2014.

"Hoje, traçamos uma linha clara: de um lado aqueles que amam a Europa, reconhecem as contradições e querem reformas, mas sabem que sem a UE iremos voltar para a Idade Média", afirmou.

"E, por outro lado, aqueles que querem bloquear a UE, aqueles que querem isolar a Itália, em busca de consenso através de populismo. Que esses não votem a confiança!", lançou.

Uma alusão aos dois principais partidos da oposição, o Movimento Cinco Estrelas (M5S), de Beppe Grillo, e o Forza Italia, de Silvio Berlusconi, que atacam regularmente a União Europeia e o euro.

Os "falcões" de Berlusconi passaram para a oposição após a expulsão do "Cavaliere" do Senado, por ter sido condenado a um ano de prisão por evasão fiscal.

O resultado da moção de confiança não era uma preocupação, graças aos votos da esquerda e dos cerca de 50 deputados "ex-Berlusconianos" que se reuniram no partido de centro-direita NCD, liderado por Angelino Alfano, vice-primeiro-ministro e ex-braço direito do Cavaliere.

Mas Letta quis este voto para reforçar a sua maioria e "marcar uma descontinuidade, para imprimir um 'antes' e um 'depois'" após a deserção de Berlusconi.

Um "novo começo", disse o primeiro-ministro, que considera sua maioria mais unida agora, depois de meses de pressões e ameaças constantes do magnata da mídia.

Para evitar riscos, Letta planejou incluir em suas consultas políticas Alfano, mas também líderes dos pequenos partidos centristas aliados de seu governo.

A ideia é conseguir um "pacto à moda alemã", assinado por todas as forças pró-governo e com base em medidas concretas a serem adotadas ao longo do próximo ano.

O primeiro-ministro evocou este "pacto" e listou suas prioridades para 2014, incluindo a adoção de uma nova lei eleitoral, recentemente invalidada pelo Tribunal Constitucional.

Ele também prometeu cortes nos custos da política, incluindo uma redução drástica do número de parlamentares, uma medida exigida energicamente pelo novo líder do Partido Democrático (PD), o prefeito de Florença, Matteo Renzi.

Letta também reiterou sua intenção de lutar contra o desemprego (que atinge atualmente mais de 12% da força de trabalho), além de reformar o sistema de assistência social e facilitar a recuperação econômica.

Após o voto de confiança do Parlamento, será a vez do Senado, cuja votação final está agendada para a noite desta quarta-feira.


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