A Magen David Adom, o equivalente em Israel à Cruz Vermelha, rejeitou nesta quarta-feira a doação de sangue da deputada negra de origem etíope Pnina Tamano-Shata, provocando um escândalo que tomou conta dos meios de comunicação.
A deputada ofereceu seu sangue durante uma campanha de doação organizada pela Magen David Adom na sede do Parlamento em Jerusalém, mas a funcionária do organismo explicou que "segundo as diretrizes do ministério da Saúde, não era possível aceitar sangue de origem judaica etíope".
A cena foi gravada por uma câmera, o que não deixou dúvidas sobre o incidente.
Segundo a imprensa, o ministério da Saúde considera que o sangue de judeus de origem etíope não nascidos em Israel apresenta risco de contaminação por doenças como a Aids.
Em entrevista ao Canal 10, a deputada manifestou sua indignação com o incidente: "é uma afronta a toda uma comunidade por causa da cor de sua pele".
"Tenho 32 anos, cheguei aos três em Israel, prestei o serviço militar e tenho dois filhos; não há qualquer razão para ser tratada assim".
Ao menos 100 mil judeus etíopes emigraram para Israel nos últimos trinta anos nas operações "Moisés" e "Salomão", em 1984 e 1991.
Atualmente, mais de 120 mil judeus, entre eles 80 mil nascidos na África, vivem em Israel, onde são discriminados.