A Promotoria decidiu que os policiais Eric Lin e Damien Ralph serão julgados por agressão, enquanto Scott Edmondson e Daniel Barling, por agressão e lesão corporal. Eric Lin foi o primeiro a disparar a arma taser contra Curti, dando choques pelas costas, procedimento contrário às instruções da polícia local, que recomenda que a arma não seja utilizada em perseguições. O policial também disparou em Curti quando ele já estava caído na calçada.
Damien Ralph aplicou três tubos de gás pimenta a cerca de 10 centímetros do rosto de Curti, quando o rapaz já estava algemado ação também contrária ao regulamento, que recomenda pelo menos 60 centímetros de distância. Scott Edmondson e Daniel Barling aplicaram seguidos choques diretamente na pele do brasileiro.
Até agora, a polícia havia se recusado a afastar os policiais de suas funções. A única medida interna contra os envolvidos havia sido a perda temporária da licença para utilizar teasers. O julgamento poderá levar ao afastamento definitivo e a penas de prisão. O inspetor Gregory Cooper, que imobilizou o estudante brasileiro no chão, enquanto os outros policiais aplicavam choques no rapaz não será punido. Cooper, pelo contrário, foi promovido de sargento a inspetor.
A irmã de Curti, Ana Laudisio, e seu marido, o australiano Mike Reynolds, disseram que "as acusações são mais um passo na direção certa, mas não são suficientes". Para Domingos Laudisio, tio de Curti, ainda é pouco. "Há muitos outros pontos que precisam ser investigados, principalmente com respeito à tortura (que teria sido praticada pelos policiais) e ao homicídio", disse.