Estudantes, atores de Bollywood e grupos de mulheres participaram de vigília em toda a Índia nesta segunda-feira em memória da jovem que morreu após ter sido brutalmente estuprada por uma gangue em um ônibus em movimento há um ano, chocando o país.
Manifestantes e políticos, em encontro público em Nova Dele, se manifestaram a favor de mudanças nas atitudes sociais, novas leis mais pesadas e reformas adotadas na polícia, ocorridas na sequência de uma série de protestos após o estupro coletivo.
Em Nova Deli, a atriz de Bollywood, Swara Bhaskar, participou de uma performance dentro de um ônibus junto com um grupo de músicos percorrendo a mesma rota feita pelo ônibus durante o estupro.
No centro da capital, dezenas de estudantes participaram de uma vigília com velas em memória de Nirbhaya, ou "destemida", nome dado pela mídia indiana à mulher porque vítimas de estupro não podem ser identificadas pela lei indiana. Orações foram feitas em um templo no subúrbio da cidade.
O estupro coletivo da estudante de fisioterapia chocou a população indiana e provocou uma série de manifestações gigantescas no país. Sob pressão da opinião pública, as autoridades indianas adotaram leis mais duras contra a violência sexual. A pena de morte foi incluída na lei, em caso de morte da vítima ou de ferimento grave.
O estupro, raramente comentando pela sociedade indiana profundamente conservadora, se tornou manchete em todos os jornais, com demandas para que a polícia aumentasse a proteção às mulheres e para que os tribunais tratassem a violência sexual mais seriamente.
A gangue que atacou Nirbhaya foi julgada relativamente rápido em um país onde casos de violência sexual frequentemente levam anos para serem resolvidos.
Quatro dos acusados foram sentenciados à morte. Um se enforcou na prisão, embora sua família insista que ele foi morto. Um adolescente envolvido no crime e que tinha 17 anos na época foi condenado a três anos de detenção em um reformatório para adolescentes.
Desde que esse caso ganhou as manchetes no mundo, a polícia de Nova Délhi estima que houve um aumento do número de queixas relacionadas com estupro. Autoridades não acreditam que o número de casos tenha aumentando, e sim que a repercussão do caso encorajou outras mulheres vítimas de violência a denunciar abusos sexuais. Dados do governo mostram que entre janeiro e outubro desde ano, 1330 casos foram registrados na capital e subúrbios da Índia, comparado com 706 casos relatados durante todo o ano de 2012.