Um tribunal da Virgínia (leste dos EUA) solicitou ao governo colombiano a extradição de dois membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que integram a equipe que negocia a paz em Havana, informou o jornal "El Tiempo".
De acordo com o documento da Procuradoria da Colômbia, citado pelo jornal colombiano, os delegados das Farc foram solicitados à Colômbia por um tribunal de Norfolk, na Virgínia, em meados de novembro.
Os dois guerrilheiros, Omar Retrepo e Adán Jimenez, operavam na Frente 36 das Farc, no departamento de Antioquia (norte da Colômbia), e são procurados pelos Estados Unidos por acusações de tráfico de armas e de drogas.
O governo colombiano, que negocia há mais de um ano um acordo de paz com a guerrilha em Havana, emitiu um decreto em 2012 suspendendo as ordens de captura de membros das Farc que integrem a mesa de negociações.
Embora a determinação do governo não suspenda as ações penais em curso, bloqueia antigas e novas ordens de prisão com o objetivo de garantir a segurança dos negociadores.
O terceiro ponto da agenda de negociações entre o governo e a guerrilha discute as drogas ilícitas, um tema no qual as Farc propõem descriminalizar o cultivo da coca, e o fim ao "intervencionismo imperialista", em referência à associação entre Colômbia e Estados Unidos na luta anti-drogas.
A negociação, que busca colocar fim a cinco décadas de conflito armado, ainda deve discutir o tema do abandono das armas e a reparação às vítimas, mas após árduas negociações iniciadas há um ano já conseguiu entrar em acordo para o desenvolvimento agrário e a participação política da guerrilha.
As Farc, com entre 7 e 8 mil combatentes, são a principal guerrilha da Colômbia e a mais antiga da América Latina.