(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Papa pede mais solidariedade e menos violência ao mundo

Em sua primeira missa do ano, na data em que a Igreja Católica celebra o Dia Mundial da Paz, Francisco clama por amor e pela construção de uma sociedade justa e inclusiva


postado em 02/01/2014 06:00 / atualizado em 02/01/2014 08:40

O religioso beijou imagem bebê de Jesus e questionou: 'o que acontece no coração da humanidade?'(foto: REUTERS/Giampiero Sposito )
O religioso beijou imagem bebê de Jesus e questionou: 'o que acontece no coração da humanidade?' (foto: REUTERS/Giampiero Sposito )

Cidade do Vaticano – Mais solidariedade e menos violência no mundo. Foram esses os dois pedidos do papa Francisco em seu primeiro Angelus do ano, diante de uma multidão de fiéis reunidos na Praça de São Pedro. “Todos nós temos a responsabilidade de trabalhar para tornar o mundo uma comunidade de irmãos que se respeitam, aceitam suas diferenças e cuidam uns dos outros”, disse por ocasião do Dia Mundial da Paz celebrado pela Igreja Católica em 1º de janeiro.

O primeiro papa da América Latina também pediu o fim da violência e da injustiça que “não pode nos deixar indiferentes ou imóveis”. “É hora de parar na estrada da violência”, declarou com veemência, desviando-se do texto preparado. “O que acontece no coração da humanidade?”, questionou Francisco, antes de destacar a força da bondade, a força não violenta da verdade e do amor.

Durante a missa de ano-novo celebrada na parte da manhã na Basílica de São Pedro, na presença de muitos membros do corpo diplomático da Santa Sé, ele também falou de fome e da sede de justiça e de paz. Para Francisco, 2014 deve trazer “um verdadeiro compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva”.

O religioso também exortou os fiéis a mostrar força, coragem e esperança durante o novo ano que se inicia. Francisco enviou às igrejas de todo o mundo uma mensagem para ser lida durante o dia, com destaque para a "fraternidade" que deve ser usada como arma para combater a crise econômica e as guerras. Fiel ao estilo familiar, que lhe rendeu grande popularidade, o pontífice terminou sua oração saudando a multidão sob um sol brilhante com um alegre bom almoço e bom ano.

Eleito em março de 2013, após a renúncia histórica de seu antecessor Bento XVI, Francisco fez crescer as esperanças de mudanças na Igreja Católica, abalada por uma série de escândalos, inclusive de pedofilia, e a secularização das sociedades ocidentais. Um estudo global realizado pelo Instituto Pew Research Center divulgado há dois anos indicava que os seguidores do cristianismo eram 2 bilhões de pessoas, e os islâmicos, 1, 6 bilhão. Mas que houve uma queda de cristãos no mundo, de 35% para 32% no mundo.

COMPROMISSOS
O papa – que completou 77 anos em dezembro – terá uma série de compromissos importantes durante 2014, que deverão permitir vislumbrar o rumo que o pontífice jesuíta quer dar à Igreja Católica do século 21 após as expectativas geradas por sua eleição em março. Em fevereiro está agendado um consistório, a assembleia de cardeais, durante a qual designará 14 novos cardeais. Este ano, vários cardeais completam 80 anos e perdem assim o direito de votar no conclave que elege o papa, em que tradicionalmente participam 120 eleitores. Em 27 de abril, Francisco presidirá a canonização dos pontífices João Paulo II (1978-2005) e João XXIII (1958-1963), um evento com a participação de milhares de peregrinos de todo o mundo no Vaticano.

Em maio, Francisco deverá realizar uma breve visita a Israel e aos Territórios Palestinos, em sua primeira viagem à Terra Santa desde que assumiu o pontificado. A viagem não foi oficialmente confirmada, mas existe o desejo do papa de comemorar o 50º aniversário da primeira visita de um pontífice à Terra Santa, realizada por Paulo VI em 1964. Para outubro foi convocado o Sínodo Extraordinário sobre a Família, durante o qual serão abordados, entre outros temas, o casamento gay.

As questões respeitam a atitude de abertura de Francisco, que surpreendeu muitos católicos em julho, quando manifestou pela primeira vez a tolerância da hierarquia eclesiástica com os homossexuais. O papa, que defende "uma Igreja pobre para os pobres", menos "autorreferencial" (centrada no Vaticano) e mais colegial, dando mais peso para os bispos de todo o mundo, tem surpreendido por sua atitude de abertura.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)