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Estado de Minas

Egito: 'Sim' vence referendo com 98,1% dos votos e 38,6% de participação

Resultado interpretado pelo governo militar como a legitimação popular da derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi


postado em 18/01/2014 16:16 / atualizado em 18/01/2014 15:37

O "Sim" venceu o referendo constitucional no Egito com 98,1% dos votos e 38,6% de participação, anunciou a Comissão Eleitoral neste sábado, em um resultado interpretado pelo governo militar como a legitimação popular da derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi. O governo estabelecido pelos militares tinha anunciado que consideraria como uma vitória uma taxa de participação superior à do referendo constitucional de 2012, quando Mursi estava no poder (32,9%).

Segundo as Forças Armadas, essa "vitória" justificaria nas urnas a destituição e a detenção do primeiro presidente eleito de forma democrática no Egito. Os militantes favoráveis a Mursi acusam os militares de terem dado um "golpe de Estado" no dia 3 de julho. Em declaração alguns minutos antes do anúncio oficial dos resultados, o chefe do Serviço de Informação do governo, Salah al-Din Abdel Maqsud, afirmou que o referendo "prova que 30 de junho foi uma revolta popular". Nessa data, milhões de egípcios foram às ruas exigir a saída de Mursi, acusado de querer islamizar o país à força.

O novo e popular homem forte do Egito, general Abdel Fattah al-Sissi, tinha vinculado seu destino à participação nesse referendo, realizado na terça e na quarta-feira. Três dias antes da votação, ele havia anunciado que se candidataria à eleição presidencial de 2014, "se o povo pedir". Com isso, a consulta popular se transformou em um plebiscito, em plena onda de repressão contra os partidários de Mursi, sobretudo, a Irmandade Muçulmana.

A Irmandade, que venceu todas as eleições desde a revolta no país em 2011, convocou a população a boicotar a votação e, por causa disso, nenhuma campanha foi feita pelo "não". A grande maioria dos eleitores entrevistados pela AFP nas filas de espera das seções eleitorais no Cairo não escondeu que votava "sim para Sissi" e "não para a Irmandade Muçulmana".


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