O governo da Venezuela anunciou nesta sexta-feira (24) reduções no limite para gastos com cartões de crédito e saques feitos por venezuelanos que viajarem ao exterior. Já publicada na Gazeta Oficial, a medida faz parte do novo sistema cambial e tem o objetivo de proteger a economia do país da especulação financeira, refletida na desvalorização da moeda oficial, o bolívar, frente ao dólar e na operação de um mercado paralelo da moeda norte-americana.
Viagens para o estado da Flórida, nos Estados Unidos, as ilhas de Aruba, Curaçao e Bonaire, além da Colômbia, da Costa Rica, do Panamá e do Peru têm também limite nos gastos permitidos– em períodos abaixo de sete, os gastos limitam-se a US$ 500 e, acima disso, a US$ 700.
Os destinos com limite menor são os mais procurados pelos venezuelanos que viajam para fazer movimentações em dólar, especialmente para comprar a moeda e depois, movimentá-la no mercado paralelo, com valorização de até oito vezes sobre o câmbio oficial.
A permissão para compras pela internet também foram reduzidas para US$ 300. Até o fim do ano passado, o limite era US$ 400 por pessoa. O governo ressaltou, no diário oficial, que, com a medida, “avançará no objetivo de deter a fuga de capitais do país e combater a guerra econômica, além de preservar o fluxo do dólar no mercado oficial.”
Outra mudança é na prioridade da outorga de dólares pelo órgão de controle monetário. Segundo o vice-presidente para a Área Social, Rafael Ramírez, 80% das divisas autorizadas este ano destinam-se a setores prioritários para a população, como educação, saúde e alimentação.
“Estamos disponibilizando US$ 42,7 bilhões [para todos os setores da economia, incluindo pessoas físicas]. É um pouco mais do que havíamos disponibilizado no ano passado. Deste total, mais de US$ 31 bilhões estão reservados [a uma taxa de 6,30 bolívares por dólares] para os elementos essenciais da nossa economia”, explicou. Os 20% restantes, o equivalente a US$ 11,4 bilhões, serão outorgados pelo Sistema Complementar de Administração de Divisas, que prevê leilões de US$ 220 milhõespor semana.
De acordo com o governo, todas as medidas de fixação de limites e controle visam a evitar que dólares sejam usados para alimentar o mercado paralelo.