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Estado de Minas

Incertezas cercam estado de Schumacher um mês depois do acidente


postado em 28/01/2014 15:40

Um mês depois de sofrer um acidente de esqui nos Alpes franceses, o ex-campeão de Fórmula 1 Michael Schumacher segue internado na unidade de tratamento intensivo do hospital de Grenoble (leste da França), e poucas informações são divulgadas sobre seu estado de saúde.

Consultada na segunda-feira pela AFP, a porta-voz do alemão, Sabine Kehm, citou o último boletim médico, divulgado em 17 de janeiro, que declarava que Schumacher estava em estado crítico mas estável, sem mais informações.

Schumacher foi internado no núcleo de neurocirurgia do hospital de Grenoble em 29 de dezembro, após sofrer um acidente de esqui num setor fora da pista em Méribel. No acidente, o ex-piloto acabou batendo com a cabeça numa pedra. No momento da internação, o seu quadro era de lesões cranianas "difusas e sérias" e o heptacampeão de Fórmula 1 foi colocado em um estado de coma induzido.

Desde então, os fãs de Schumacher continuam manifestando apoio. No domingo, cerca de 500 pessoas realizaram uma marcha pelo circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica.

"É preciso rezar e esperar que aconteça um milagre, que ele acorde como se nada tivesse acontecido, como era antes", declarou nesta terça-feira o piloto alemão Sebastian Vettel, atual tetracampeão do mundo.

"Michael, acompanho todos os dias seu estado e estou com você. Espero poder falar com você em breve", escreveu por sua vez o ex-piloto Niki Lauda no site da Ferrari, na internet.

As conclusões da investigação judicial sobre o acidente não serão conhecidas até meados de fevereiro, de acordo com a prefeitura de Albertville.

Contudo, incertezas persistem sobre o futuro de Schumacher.

Um coma para proteger o cérebro

O objetivo do coma artificial em casos de traumatismo craniano é deixar o cérebro em repouso para reduzir a pressão no crânio.

"O impacto do traumatismo cria um edema, uma inflamação como quando se torce o tornozelo, por exemplo", explicou à AFP o doutor Gérard Audibert, diretor da unidade de reanimação neurocirúrgica do hospital universitário de Nancy.

Este coma induzido pode ser prolongado "por muito tempo, dias ou semanas", explica o doutor Jean Mantz, chefe do departamento de anestesia e reanimação do hospital Bichat, de Paris.

A duração média de um coma induzido para o tratamento de traumatismos cranianos graves é de cerca de 15 dias, de acordo com Audibert. Em alguns casos, pode ser prolongado, mas raramente supera as três semanas.

Os médicos normalmente decidem tirar o paciente do coma induzido quando a pressão no crânio diminuiu e se mostra estável.

"Quando se retira pouco a pouco a sedação e a pressão volta ao normal, o paciente sai do coma induzido, voltando ao seu estado clínico base. Pode acontecer de ele continuar em coma, ou acordar progressivamente", explica o médico.

Depois do coma, uma longa recuperação

Ao sair do coma, os pacientes continuam sendo acompanhados com atenção pelos médicos.

"Observamos se é possível comunicar com o paciente, se ele responde a estímulos verbais e a instruções como 'aperte minha mão' ou 'abra e feche os olhos'", continua Audibert.

Passada essa fase, "a recuperação pode ser muito longa: vemos melhoras nos pacientes entre um mês e três anos após o acidente. O tempo que precisam para se recuperar de um acidente no plano neurológico e a qualidade dessa recuperação são impossíveis de diagnosticar com certeza", diz o doutor Mantz.

De acordo com o doutor Audibert, só é possível conhecer as sequelas definitivas de um traumatismo craniano cerca de dois anos depois do acidente.


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