O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acusou nesta sexta-feira os europeus de interferência e afirmou que desejam criar uma "esfera de influência" na Ucrânia, cenário de uma revolta contra o governo há três meses.
"Ao pressionar a Ucrânia a seguir para um lado, advertindo que deve escolher um ou outro, a União Europeia ou a Rússia, a UE demonstra que deseja criar uma esfera de influência" declarou o ministro russo em uma entrevista coletiva em Moscou ao lado do colega alemão Frank-Walter Steinmeier.
"Me parece que não é totalmente correto nem educado enviar cada dia emissários", completou, em referência às visitas frequentes de representantes europeus e americanos a Kiev.
"Viajam a Kiev sem terem sido convidados e tentam persuadir os dirigentes ucranianos a optar pela opção defendida por União Europeia e Estados Unidos" completou.
Steinmeier defendeu um diálogo com a Rússia e disse que "ninguém tem interesse em uma escalada da situação".
A desistência do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovytch, de assinar um acordo de associação com a UE e optar por uma aproximação de Moscou desencadeou no fim de novembro um movimento de revolta sem precedentes, que ganhou força em janeiro, e provocou quatro mortes e deixou 500 feridos.
O centro de Kiev está ocupado desde então por manifestantes e cercado de barricadas.
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