A polícia tunisina vai realizar um "controle reforçado" das pessoas vestindo o niqab (véu islâmico integral), justificando tal medida por uma luta contra o "terrorismo" e contra a ascensão de grupos jihadistas após a revolução de 2011.
"O Ministério do Interior anunciou que realizará um controle reforçado de qualquer pessoa que portar o niqab", indicou o ministério em um comunicado divulgado em sua página oficial do Facebook.
"Essa medida foi adotada devido às ameaças terroristas registradas e devido à utilização do niqab por suspeitos (...) com o objetivo de se disfarçar e fugir da justiça", explicou o ministério, solicitando a "compreensão de todos" para "ajudar as unidades de segurança a fazerem o seu trabalho".
O niqab não era permitido sob o regime de Zine El Abidine Ben Ali, que reprimia todas as formas de manifestações islâmicas. Mas esse acessório tem registrado um boom desde a revolução de janeiro de 2011 e continua a gerar discussões entre ativistas políticos laicos e islâmicos.
A Tunísia enfrenta o surgimento de grupos jihadistas, acusados do assassinado de dois opositores de esquerda, em 2013, o que causou uma profunda desestabilização do país.