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Estado de Minas

Enrico Letta renuncia ao posto de primeiro-ministro da Itália


postado em 14/02/2014 17:16 / atualizado em 14/02/2014 19:03

Letta deixou o governo após uma revolta no partido Democrata (foto: Remo Casilli/Reuters)
Letta deixou o governo após uma revolta no partido Democrata (foto: Remo Casilli/Reuters)

Enrico Letta renunciou nesta sexta-feira ao cargo de primeiro-ministro da Itália, dez meses após sua chegada ao poder, para dar lugar a seu adversário Matteo Renzi. Letta "subiu" ao Quirinal, a colina onde esta localizada a sede da Presidência da República, às 12h00 GMT (10h00 de Brasília) e, uma hora depois, o presidente Giorgio Napolitano recebeu a "renúncia irrevogável". "Obrigado a todos que me apoiaram a cada dia como se fosse o último", escreveu em seu Twitter.

Encurralado pelo próprio partido, PD (Partido Democrático), o chefe de Governo deve ser substituído pelo novo líder de sua formação, o jovem prefeito de Florença, Matteo Renzi, de 39 anos, que forçou a crise do governo. Às 16h00 GMT (14h00 de Brasília), o presidente Giorgio Napolitano iniciou as "consultas políticas" com os principais líderes do Estado e dos partidos, a começar pelos dois presidentes das câmaras do Parlamento. Matteo Renzi e Silvio Berlusconi, representando o principal partido de direita, também deverão ser consultados até sábado.

Paradoxalmente, Letta deixa o cargo com uma boa notícia para a economia: a saída da recessão tão esperada após dois anos de uma queda ininterrupta do PIB, com um crescimento minúsculo de 0,1% no último trimestre. Letta, à frente de uma inédita coalizão de partidos de esquerda e de direita, anunciou na quinta-feira a intenção de apresentar a renúncia depois de ter sido derrotado por Renzi.

A crise termina com vários meses de luta interna entre Letta e Renzi, que retirou o apoio ao frágil governo de coalizão depois que a direção do PD respaldou a saída de Letta por 136 votos contra apenas 16. Renzi, que presidiu nesta sexta uma cerimônia na Prefeitura de Florença na presença de casais com mais de 50 anos de casamento, em ocasião do Dia de São Valentim, pediu que as pessoas presentes o desejassem "boa sorte".

Não há previsão de eleições antecipadas, e ele espera receber o apoio de uma maioria de esquerda-direita semelhante à que apoiou Letta. A imprensa italiana manifestou preocupação com mais uma crise política no país, que tenta superar a crise econômica. Esta é a terceira mudança de governo na Itália sem que o premiê tenha o apoio das urnas.

Apesar do carisma e da energia do prefeito de Florença, ninguém consegue compreender porque o PD derrubou um governo formado há 293 dias por seu ex-número dois para substitui-lo pelo líder. Renzi tem defendido junto à direção de seu partido que a Itália deve "mudar de horizonte e de ritmo", anunciando "ambiciosas reformas". Mas ele nunca detalhou de que maneira pretende reunir dinheiro para relançar a economia italiana, reduzir os impostos à indústria e lutar contra um desemprego recorde, que chega a quase 40% entre os jovens.

"Pouco importa quem dirige o carro. Nosso problema é que há medidas a serem tomadas imediatamente", considerou Paola Malabaila, que foi a Roma para participar de um 'flash mob' como representante de 250 empresas com 9.000 funcionários da província de Asti, onde o PIB caiu 5,6% desde 2007 e a produção industrial 20%.

A Bolsa reagiu de forma muito positiva à perspectiva de uma mudança de liderança, fechando em alta de 1,62 %, a 20.437 pontos. E os jornais já começaram a fazer conjecturas sobre as próximas personalidades a ocupar o governo. Para a pasta da Economia, eles apostam na economista Lucrezia Reichlin ou em Lorenzo Bini Smaghi, ex-dirigente do BCE.

Depois de formado o seu governo, Renzi deverá se apresentar ao Parlamento para um voto de confiança.


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