A mesa diretora do Parlamento do Mercosul, reunida nesta segunda-feira em Montevidéu, lamentou e repudiou a violência das últimas semanas na Venezuela, e destacou a necessidade de os venezuelanos solucionarem seus problemas sem interferências externas.
O Parlasul e seu presidente, o deputado uruguaio Rubén Martínez Huelmo, "lamentam os atos de violência que aconteceram nas últimas semanas na República Bolivariana da Venezuela, e insistem no fortalecimento do diálogo como verdadeiro instrumento para a construção da paz e da unidade de todos os venezuelanos", indicou a instituição em uma declaração divulgada no Twitter.
"Repudiamos todo tipo de violência e intolerância que fuja da ordem institucional e democrática", indica o texto, que pede que "os venezuelanos resolvam seus problemas sem ingerências externas".
O órgão destacou em sua declaração que os representantes regionais defendem "fervorosamente a liberdade de expressão pacífica", e determinou que "todos adotem as medidas que forem necessárias para garantir um respeito integral aos direitos humanos". Também transmitiu "condolências aos familiares das vítimas e dos feridos" nas manifestações.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expulsou no domingo três diplomatas americanos, acusados de se reunir com universitários envolvidos nos protestos. Também denunciou que Washington tenta "legitimar tentativas de desestabilização" do governo.
Há duas semanas milhares de estudantes têm saído às ruas das principais cidades do país para protestar contra a insegurança, a inflação, a escassez de produtos e a prisão de companheiros.
O momento de maior tensão ocorreu na quarta, quando confrontos deixaram três mortos e dezenas de feridos e detidos.
A instituição também determinou que o Observatório da Democracia do Mercosul envie um representante à Venezuela para analisar a situação do país, mas sem definir uma data.
A declaração do Parlasul se junta a um anúncio do bloco regional - formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela -, que no domingo também repudiou a violência no país.
A Venezuela participou pela primeira vez de uma reunião da mesa diretora do Parlasul, depois de ter ingressado no bloco em 2012.