Jornal Estado de Minas

ONU pede que "vozes opostas" na Ucrânia dialoguem

País vive clima de incerteza política e violência após a morte de pelo menos 25 pessoas durante protestos

Agência Brasil
Confronto entre opositores e força de seguranças deixou um cenário de guerra em Kiev - Foto: Vasily Fedosenko/Reuters
A alta comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu nesta quarta-feira (19) que as partes em confronto na Ucrânia se controlem o máximo possível, depois de enfrentamentos entre manifestantes e policiais nas últimas 24 horas terem deixado, pelo menos, 25 pessoas mortas. A alta comissária pediu também investigações urgentes e independentes para esclarecer os fatos e estabelecer responsabilidades - inclusive o possível excesso de força. Por causa das mortes, o governo ucraniano declarou luto nacional no país amanhã (19).

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"Eu condeno fortemente as mortes e insto que governo manifestantes ajam para neutralizarem a tensão e tomarem medidas rápidas para encontrarem uma solução pacífica para a crise", disse Pillay, em nota.

No comunicado, Navi Pillay falou sobre a necessidade do respeito ao direito à reunião pacífica, segundo garantido por normas internacionais de direitos humanos. "A Ucrânia tem de dialogar entre essas vozes opostas para que sejam respeitadas as obrigações legais do país, compromissos políticos baseados em padrões internacionais e as recomendações feitas pelo sistema internacional de direitos humanos", disse a alta comissária.

A crise política na Ucrânia começou no final de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente Viktor Yanukóvich, de suspender os preparativos para assinar um acordo de associação com a União Europeia e reforçar os laços com a Rússia. Depois de algumas semanas de trégua nos confrontos, nos últimos dois dias os enfrentamentos voltaram a ocorrer, especialmente na capital do país, Kiev.

Nesta quarta-feira, o papa Francisco manifestou preocupação com os acontecimentos no país e pediu que as partes cessem a violência. Os Estados Unidos, por meio do secretário de Estado, John Kerry, informou que a violência é inaceitável e que a questão não será solucionada com "derramamento de sangue". A Rússia condena os protestos e acredita que a oposição quer conduzir um golpe de Estado..