Veja mais fotos dos protestos em Kiev
O Serviço de Segurança afirmou também que "grupos extremistas radicais" confiscaram mais de 1,5 mil armas de fogo, o que ameaça as vidas de milhões de ucranianos. Após algumas horas de relativa calma na capital ucraniana, os confrontos entre policiais e manifestantes recomeçaram na tarde desta quarta-feira. Centenas de policiais se concentravam nas bordas da Praça da Independência (Maidan Nezalezhnosti) lançando granadas de efeito moral e canhões de água para dispersar os ativistas.
Milhares de manifestantes, armados com bombas incendiárias e pedras, mantinham-se no local, defendendo a praça que é o centro dos protestos iniciados no final do ano passado.
O presidente ucraniano Viktor Yanukovych responsabilizou os líderes da oposição pela violência, que deixou pelo menos 26 mortos e 241 feridos, segundo o Ministério da Saúde.
Na manhã desta quarta-feira, o centro de Kiev foi isolado pela polícia, o metrô fechado e a maior parte das lojas da principais ruas comerciais estava fechada. Mas mesmo assim centenas de ucranianos continuavam a chegar à praça principal, alguns usando
Balaclava e armados com tacos, enquanto outros usavam roupas comuns e levavam comida para os manifestantes. Um grupo de jovens, homens e mulheres, colocava gasolina em garrafas plásticas, preparando coquetéis molotov, enquanto um voluntário distribuía sanduíches. Outro grupo estava ocupado quebrando o asfalto e colocando pedaços em sacos para fortificar barricadas.
Na cidade de Lviv, oeste do país, onde a maioria dos moradores tem fortes ligações com a UE e pouca simpatia por Yanukovych, manifestantes tomaram vários prédios do governo, dentre eles o gabinete do governador, delegacias de polícia, agências de segurança e escritórios da promotoria, além da sede da receita.
Eles também invadiram um escritório do Ministério do Interior e atearam fogo ao local. O prédios ainda pegava fogo na manhã desta quarta-feira, enquanto alguns manifestantes passeavam pela cidade em carros da polícia, tomados durante a noite.
Após semanas de negociações sem resultados e com o aumento do número de vítimas, as perspectivas de uma trégua não são muito boas.