Algumas vias de acesso a Caracas a partir do leste e muitas ruas internas foram cortadas durante a manhã de segunda-feira por pequenos grupos de manifestantes, que deixavam os pontos de bloqueio antes da chegada da polícia para protestar em outras áreas.
Uma repórter da AFP foi testemunha do verdadeiro jogo de gato e rato em Trinidad, onde manifestantes montavam barricadas em uma rua interna. Quando a polícia se aproximou, eles deixaram o local para estabelecer um novo ponto de protesto, enquanto os agentes tentavam desmontar a primeira.
"Nos tiraram até o medo", afirmava um cartaz de uma manifestante, perto da avenida que liga Caracas ao subúrbio ao leste.
"Resistência sim, praia não", escreveu outro manifestante no mesmo local, em referência ao iminente feriado de carnava.
Perto do local, unidades policiais retiraram, sem incidentes, um dos bloqueios da estrada.
A Venezuela é cenário de protestos desde 4 de fevereiro, quando estudantes de San Cristóbal (oeste) saíram às ruas para protestar contra a insegurança. Desde então, as manifestações ganharam força em todo o país, com a participação da oposição e confrontos noturnos que deixaram pelo menos 10 mortos.
No domingo, as redes sociais registraram muitas mensagens com pedidos de mudança dos protestos para o período da manhã, o que evitaria incidentes.
No setor de 'Los Palos Grandes', uma mulher tentava acordar os vizinhos enquanto caminha por uma rua batendo em uma panela e aos gritos de "A protestar, para a rua".
Notícias procedentes de Valencia (norte, terceira cidade do país e cenário de distúrbios nos últimos dias) registraram incidentes durante a manhã entre manifestantes e oficiais da Guarda Nacional.
Testemunhas afirmaram ao jornal El Carabobeño que agentes usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, que bloquearam a avenida Universidade no bairro de Naguanagua.
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