A vida econômica da Venezuela, onde vigora um férreo controle cambial desde 2003, está condicionada por quatro taxas de câmbio: a majoritária taxa oficial, a taxa Sicad, o dólar permuta (também chamado Sicad 2) e o dólar negro ou paralelo.
- Dólar oficial: 6,30 bolívares.
Os economistas consideram que a taxa do dólar oficial está excessivamente superavaliada, sendo a origem de todas as distorções, pois fomenta a importação, destrói a produção nacional e fomenta a corrupção.
Em dez anos de existência do controle cambial, o bolívar sofreu cinco desvalorizações, e passou de 1,6 bolívar por dólar em 2003 até os 6,3 bolívares da atualidade.
- Dólar Sicad: 11,80 bolívares. O Sicad, Sistema Complementar de Administração de Divisas se liquida por meio de leilões semanais de 220 milhões de dólares para particulares e empresas e está dirigido às importações não prioritárias e atividades turísticas.
As quantias estão limitadas segundo as atividades. Sua criação no mês de outubro foi considerada uma desvalorização parcial. Nas últimas semanas, sua taxa passou de 11,30 a 11,80 bolívares por dólar.
- Dólar Sicad 2 ou dólar permuta: o novo mercado de câmbio anunciado pelo governo na segunda-feira representa uma flexibilização, pois incorpora a possibilidade de que pessoas e empresas privadas possam comprar e vender dólares diariamente em dinheiro ou por meio de dólares, o que poderia oxigenar um pouco a economia e limitar a escassez e a inflação.
O governo não informou quantas divisas vai injetar neste mecanismo nem a que taxa. Só disse que serão "quantias importantes de recursos" e que o preço do dólar flutuará segundo a oferta e a demanda, mas que o Banco Central poderá intervir quando sair de determinados parâmetros. Economistas estimam que, neste mercado, o dólar oscilará entre 20 e 30 bolívares.
Também poderão oferecer divisas a petroleira estatal PDVSA e outras empresas públicas, com o qual poderão aliviar seus pesados déficits.
- Dólar negro: 83 bolívares esta semana, mais de 13 vezes o valor do dólar oficial. Sua aparição é consequência dos estritos controles do governo e da desconfiança do venezuelano no bolívar. Sua taxa é produto da especulação, da relação entre a oferta e a demanda e da divisão entre a liquidez monetária e as reservas internacionais.
Desde a morte de Hugo Chávez no dia 5 de março de 2013 e em um contexto de escassez de divisas, sua taxa se desvalorizou de 20 a 83 bolívares por dólar.
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