O técnico uruguaio Guillermo Sanguinetti, do Alianza Lima, e o argentino Daniel Ahmed, que comanda do Sporting Cristal, fizeram recentemente apelos às autoridades peruanas para que medidas mais drásticas contra o racismo nos estádios do país.
Há duas semanas, o brasileiro Tinga, do Cruzeiro, foi hostilizado pela torcida de outro time do Peru, o Real Garcilaso, que imitou gritos de macaco para hostilizar o jogador na derrota por 2 a 1 do time cruzeirense, pela primeira rodada da fase de grupos da Taça Libertadores.
Estes apelos têm um forte valor simbólico, já que partem de treinadores estrangeiros que comandam dois dos times mais populares do país.
"No pouco tempo que passei à frente do clube, tenho visto várias situações de racismo.
O uruguaio, que assumiu o comando da equipe em janeiro, lamentou os casos de racismo ocorridos nos estádios onde está sendo disputada a Copa Inca, um dos três torneios do futebol peruano.
"As autoridades precisam tomar medidas para que isso não aconteça, punindo os autores desses atos", completou o treinador, que lembrou que problemas semelhantes também ocorrem na Europa, em países com Itália, Espanha ou Rússia.
Já David Ahmed condenou o recente ato de racismo do qual foi vítima um atleta da sua equipe, Luis Advíncula, no estádio Alberto Gallardo de Lima, na vitória por 3 a 0 sobre o León de Huánuco.
"O racismo é algo totalmente intolerável e não merece nem o menor espaço em nossa sociedade. Temos que lutar para que isso não aconteça", declarou o treinador argentino depois do incidente.
Na primeira rodada do Campeonato Peruano, o atacante panamenho Luis Tejada, do César Vallejo, também foi ofendido por insultos racistas da torcida do Universitario.
Em 2013, a Federação Peruana de Futebol (FPF) chegou a adotar medidas para coibir atos de racismo e xenofobia, mas pelo jeito, as medidas não surtiram efeito. De acordo com o regulamento, os clubes podem ser punidos com partidas disputadas de portões fechados e os autores das ofensas podem ser banidos dos estádios.
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