Jornal Estado de Minas

Comissão Europeia anuncia plano de ajuda para a Ucrânia de pelo menos 11 bi de euros

Senadores russos estão trabalhando em um projeto de lei que permitirá confiscar bens de empresas europeias e americanas se forem impostas sanções

AFP

A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira um plano de ajuda de pelo menos 11 bilhões de euros para a Ucrânia, um dia antes de uma reunião de cúpula europeia extraordinária dedicada à crise no país.

"A Comissão Europeia identificou um programa de ajuda para a Ucrânia.

Esta é nossa contribuição à reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo de quinta-feira. No total, o pacote pode chegar a pelo menos 11 bilhões de euros nos próximos dois anos, que sairiam do orçamento da União Europeia e das instituições financeiras europeias", declarou o presidente do Executivo comunitário, José Manuel Durão Barroso.

Este programa, que inclui medidas de curto e médio prazo nas áreas comercial, econômica, técnica e financeira, poderá ser completada pelos Estados membros da UE, completou Barroso. A Comissão prevê 1,6 bilhão em empréstimos, 1,4 bilhão em doações, sendo 600 milhões nos próximos dois anos, três bilhões do Banco Europeu de Investimentos (BEI).

A Comissão também espera que o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) possa destinar cinco bilhões e deve liberar 250 milhões do fundo para a política de vizinhança com o objetivo de levantar 3,5 bilhões de empréstimos. Para coordenar os esforços de apoio da comunidade internacional, a Comissão propôs a criação de um "mecanismo especial de coordenação de doações" que a UE está disposta a gerenciar.

Rússia pode confiscar bens ocidentais se forem aplicadas sanções
Os senadores russos estão trabalhando em um projeto de lei que permitirá confiscar bens de empresas europeias e americanas se forem impostas sanções à Rússia pela crise na Ucrânia, indicou nesta quarta-feira um deles. "O projeto de lei propõe conceder tais prerrogativas ao presidente e ao governo", declarou o chefe da comissão sobre legislação constitucional do Conselho da Federação (Câmara Alta do Parlamento), Andrei Klichas, citado pela agência pública Ria Novosti.

Klichas indicou que no momento os juristas "estudavam atentamente a questão" para saber se o confisco dos ativos e de contas de empresas estrangeiras e de pessoas físicas era contrário à Constituição russa.

"Mas, em todo caso, não duvidamos que tudo isso corresponda às normas europeias. Basta lembrar o exemplo do Chipre, quando o confisco se converteu em uma das condições da ajuda concedida pela União Europeia ao país", ressaltou. Klichas não forneceu mais detalhes, mas considerou que "qualquer sanção deve ser recíproca".

Na terça-feira, um conselheiro do Kremlin afirmou que a Rússia reduzirá a zero sua dependência econômica dos Estados Unidos se Washington lhe impuser sanções pela situação na Ucrânia, e que isso provocaria um "crack" do sistema financeiro americano.
Logo se afirmou, no entanto, que o conselheiro se expressou a título pessoal e que não refletia a posição oficial de Moscou..