A CIA abriu uma investigação interna após denúncias de que a agência espionou membros do Senado americano que indagaram sobre detalhes de um programa de interrogatório secreto já extinto, revelou uma senadora nesta quarta-feira.
A senadora Dianne Feinstein confirmou a existência da investigação, que revela um atrito incomum entre a comissão de Inteligência do Senado - dirigido pela legisladora - e a comunidade de informação dos EUA.
"A IG está tratando deste tema", disse Feinstein à imprensa, em referência ao bureau do inspetor-geral da CIA.
Segundo o jornal The New York Times, a ação da CIA envolvendo membros do Senado causou grande mal-estar no Congresso.
O jornal afirma que a denúncia ocorreu após a constatação de que membros do Congresso - exatamente da comissão de Inteligência - estavam sendo vigiados por agentes da CIA.
De acordo com o jornal, um funcionário que pediu para não ser identificado revelou que agentes da CIA acessaram computadores utilizados pelo pessoal da comissão que indagou sobre o programa de detenção e interrogatório da agência.
Membros da comissão realizaram uma investigação de vários anos e redigiram relatório de 6 mil páginas que faz severas críticas ao programa, aplicado durante a administração do presidente George W. Bush.
Em dezembro de 2012, Feinstein qualificou de "erros terríveis" a criação de centros de detenção clandestinos e o uso de técnicas de afogamento nos interrogatórios (submarino).