Mais uma vez o papa Francisco surpreendeu sua audiência ao confessar aos párocos de Roma que roubou um crucifixo de um colega de Buenos Aires. A história foi relatada durante um encontro com os religiosos de sua diocese em Roma, pois o papa é também o bispo da capital italiana. Francisco discursava sobre a importância da misericórdia e relatou a história de Aristide, um padre idoso da paróquia do Santíssimo Sacramento de Buenos Aires, que era muito conhecido por ser um grande confessor e que inclusive foi ordenado para confessar João Paulo II durante sua visita à Argentina.
O pontífice contou que era vigário-geral quando soube da morte do sacerdote. Ao chegar ao funeral, ficou surpreso ao constatar que ao lado do caixão havia apenas duas senhoras o velando e que não havia nenhuma flor disposta no caixão. “Esse homem havia perdoado os pecados de todos os sacerdotes de Buenos Aires e não tinha uma só flor”, lembrou.
Sempre com fala simples, Francisco narrou que foi comprar flores e colocou-as ao lado do caixão. Ao ver o crucifixo que o sacerdote tinha entre as mãos, disse: “Vi o rosário e imediatamente o ladrão que todos temos dentro de nós veio à minha mente. E enquanto eu colocava as flores, peguei a cruz”, confessou, acrescentando que a colocou no bolso. “Espero só ter metade da misericórdia que tu tiveste”, teria dito o papa no momento.
POPULARIDADE A receita de dar novos ares à Igreja Católica e buscar uma nova forma de abordar seus fiéis tem garantido a popularidade de Francisco. De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center divulgada ontem, o papa argentino é “imensamente popular entre os católicos norte-americanos”, mas não há sinais de que ele esteja inspirando os fiéis a frequentarem mais missas ou fazerem mais trabalhos voluntários.
A enquete mostra que 85% dos católicos nos EUA veem o pontífice de forma favorável, sendo que 51% têm opinião “muito favorável” a seu respeito, e apenas 4% têm uma opinião negativa. Para 68% dos católicos entrevistados, o papa representa “uma mudança para melhor”, mesma opinião de 51% dos não católicos.
No entanto, segundo o Pew, o papa não provocou “um aumento mensurável no percentual de norte-americanos que se identificam como católicos”. Quarenta por cento dos fiéis declararam estar rezando com mais frequência, e 26% se disseram “mais animados” com sua fé, mas a frequência da confissão e das atividades voluntárias na igreja não se alterou. Ao todo, a pesquisa ouviu por telefone 1.340 norte-americanos entre 14 e 23 de fevereiro.
Ontem, a Federação Italiana de Hotelaria Federalberghi informou que os hotéis e alojamentos em Roma já estão quase todos reservados a menos de um mês e meio para a dupla canonização do Papa João Paulo II e do Papa João XXIII. Para o fim de semana de 26 e 27 de abril – as canonizações serão celebradas na Praça de São Pedro no domingo, dia 27 – mais de 82% dos quartos já estão reservados..