A conversa aconteceu após aprofundamento da crise na Ucrânia. Em uma manobra surpreendente, o Parlamento da Crimeia aprovou a anexação da península autônoma à Rússia e marcaram para o dia 16 um referendo que vai decidir o futuro do território. A reação do Ocidente foi de repúdio e Obama alertou que a votação “violaria a Constituição ucraniana e o direito internacional”.
Durante a conversa desta sexta-feira, Putin pediu ao colega norte americano que as relações entre os dois países não sejam prejudicadas pelos desacordos sobre a Ucrânia. O presidente da Rússia destacou a importância das relações entre os dois países para garantir a estabilidade e segurança no mundo, e que as mesmas não devem ser prejudicadas por desacordos sobre problemas internacionais.
Movimentação militar
Após o Parlamento da Crimeia aprovar a anexação do território pela Rússia, os Estados Unidos reagiram e afirmaram que a votação “violaria a Constituição ucraniana e o direito internacional”. Ao mesmo tempo, a Casa Branca reforçou as pressões sobre o Kremlin e impôs restrições à emissão de vistos a membros do antigo regime de Viktor Yanukovich e aos russos envolvidos na invasão à Crimeia. A União Europeia (UE) suspendeu as negociações com a Rússia sobre vistos, congelou os bens de 18 funcionários do governo deposto da Ucrânia e ameaçou Moscou com sanções econômicas.
A resposta de Moscou foi, mais uma vez, militar. Depois de testar um míssil balístico intercontinental, na terça-feira, a Rússia começou um “imenso treinamento de defesa aérea” a 450km da fronteira com a Ucrânia, de acordo com a agência estatal russa Ria Novosti.