O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, falaram por cerca de uma hora na noite de quinta-feira sobre a crise na Ucrânia. Segundo a Casa Branca, o presidente americano disse que ações da Rússia são uma violação à soberania e integridade territorial da Ucrânia”, que provocaram várias “ações de resposta” dos Estados Unidos, “em coordenação com os parceiros europeus”.
Durante a conversa desta sexta-feira, Putin pediu ao colega norte americano que as relações entre os dois países não sejam prejudicadas pelos desacordos sobre a Ucrânia. O presidente da Rússia destacou a importância das relações entre os dois países para garantir a estabilidade e segurança no mundo, e que as mesmas não devem ser prejudicadas por desacordos sobre problemas internacionais.
Movimentação militar
Após o Parlamento da Crimeia aprovar a anexação do território pela Rússia, os Estados Unidos reagiram e afirmaram que a votação “violaria a Constituição ucraniana e o direito internacional”. Ao mesmo tempo, a Casa Branca reforçou as pressões sobre o Kremlin e impôs restrições à emissão de vistos a membros do antigo regime de Viktor Yanukovich e aos russos envolvidos na invasão à Crimeia. A União Europeia (UE) suspendeu as negociações com a Rússia sobre vistos, congelou os bens de 18 funcionários do governo deposto da Ucrânia e ameaçou Moscou com sanções econômicas.
A resposta de Moscou foi, mais uma vez, militar. Depois de testar um míssil balístico intercontinental, na terça-feira, a Rússia começou um “imenso treinamento de defesa aérea” a 450km da fronteira com a Ucrânia, de acordo com a agência estatal russa Ria Novosti. Os Estados Unidos deslocaram para o Mar Negro o destróier USS Truxtun – com 300 tripulantes, o navio carrega mísseis antiaéreos e antissubmarinos. A Marinha norte-americana garante que a mobilização do navio já estava prevista antes do início das tensões na região.