Apesar dos esforços de busca e resgate internacionais, ainda não foram encontrados destroços do avião da Malaysia Airlines desaparecido há dois dias.
"Infelizmente, senhoras e senhores, não encontramos nada que pareça pertencer à aeronave, para não falar da própria aeronave", disse Azharuddin Abdul Rahman, diretor do Departamento de Aviação Civil da Malásia.
Rahman também disse que as autoridades vietnamitas não confirmaram se encontraram destroços do avião.
As buscas para encontrar o Boeing 777 da Malaysia Airlines, desaparecido há mais de 48 horas com 239 pessoas a bordo, se concentravam nos arredores de uma ilha vietnamita isolada, onde foram observados destroços que poderiam pertencer a uma aeronave.
A aviação vietnamita avistou no domingo à noite, a 80 km da ilha Tho Chu, sul do país, dois objetos que poderiam pertencer ao voo MH370, que viajava entre Kuala Lumpur e Pequim, com 227 passageiros a bordo.
O governo da Malásia anunciou que enviou vários barcos para investigar um objeto flutuante que poderia ser um bote salva-vidas.
"Acabamos de receber uma informação de que um avião avistou algo parecido com um bote salva-vidas virado", declarou Abdul Rahman.
Na China, onde os familiares dos desaparecidos esperam por notícias, a imprensa criticou duramente as autoridades da Malásia e da companhia aérea, acusadas de "reação tardia". Também lamentaram as "carências" nos dispositivos de segurança.
Se a tragédia do voo MH370 for confirmada, esta seria uma das piores catástrofes aéreas da história da China.
"As autoridades malaias não podem fugir de suas responsabilidades", afirma o jornal Global Times, conhecido pelo nacionalismo.
"A resposta inicial da Malásia não foi suficientemente rápida. Foram registradas carências por parte da Malaysia Airlines e das autoridades de segurança", completa.
O governo da Malásia abriu no domingo uma investigação por terrorismo pelo desaparecimento do avião, no qual dois passageiros viajavam com passaportes roubados (um italiano e outro austríaco).
"Se (o desaparecimento) foi provocado por um problema mecânico ou por um erro do piloto, a responsabilidade é da Malaysia Airlines. Se foi um atentado, os controles de segurança do aeroporto de Kuala Lumpur devem ser punidos", afirma o Global Times.
Para o jornal oficial China Daily, "não é possível descartar a hipótese terrorista". Ao mesmo tempo, lamentou que as autoridades malaias e internacionais não tenham informado ainda a identidade dos passageiros com passaportes falsos.
Abdul Rahman confirmou que tem informações de que cinco passageiros despacharam a bagagem, mas não embarcaram na aeronave.
Mas a companhia aérea informou que, quando as ausências foram registradas, as bagagens foram isoladas, de acordo com o procedimento habitual.
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