Jornal Estado de Minas

Site sobre referendo na Crimeia é lançado com nome de domínio russo

Inicialmente site tinha domínio ucraniano, mas com ataques e problemas legislativos teve que ser transferido para domínio russo

AFP

Cartaz em Sebastapol convoca população a referendo no dia 16, entre escolher a opção de se unir à Rússia, ilustrada com a bandeira russa ou a opção de manter união com a Ucrânia, ilustrada com uma bandeira nazista - Foto: VIKTOR DRACHEV/AFP


Os líderes separatistas na Crimeia lançaram nesta terça-feira um site dedicado ao referendo sobre a anexação da península à Rússia, previsto para o próximo domingo, com um nome de domínio .ru que já posiciona a Crimeia na Rússia.

O primeiro-ministro auto-proclamado da região, Serguiï Axionov, que defende a entrada da Crimeia na Federação Russa, anunciou no Twitter a criação do site referendum2014.ru.

Uma mensagem postada nesta terça-feira afirmava que o site foi lançado com um domínio ucraniano - referendum2014.org.ua - mas que tinha sofrido um ataque de vírus, atribuído às novas autoridades de Kiev.

"É uma afronta à liberdade de expressão", indica um comunicado de "jornalistas independentes ucranianos" postado no site.

"Então fomos obrigados a passar para um domínio russo até novo aviso", diz o texto.

"O objetivo do nosso portal é apresentar objetivamente a situação na Ucrânia e os sentimentos e reflexões das pessoas sobre o referendo", indica o site.

Seus organizadores também afirmam que receberam um e-mail de funcionários de um servidor ucraniano afirmando que o site seria fechado por violar uma lei "sobre a integridade territorial e a inviolabilidade da Ucrânia", um delito que pode gerar uma condenação de até três anos de prisão.

O referendo promovido por Moscou, pedindo aos eleitores para escolher entre a anexação da Crimeia à Rússia e uma autonomia mais ampla dentro da Ucrânia, foi denunciado pelo governo de Kiev e o Ocidente como "ilegítimo".

Em um dos primeiros artigos no site, uma pesquisa de opinião revela que 77% dos 1.300 entrevistados pretendem votar a favor da anexação à Rússia, contra 8% em favor de uma maior autonomia na Ucrânia, e 10% de indecisos, com uma margem de erro de 2,6%..