Kuala Lumpur, 12 - Os esforços para entender o que aconteceu com o Boeing 777 da Malaysia Airlines, desaparecido desde sábado, se tornaram ainda mais difíceis após reportagens conflitantes.
Pressionado pela notícia publicada pelo jornal local Berita Harian, de que o avião poderia ter voado até o Estreito de Malaca, a centenas de quilômetros da última posição gravada por autoridades civis, o general das Forças Aéreas da Malásia, Rodzali Daud, emitiu um documento por escrito negando ter dado essa informação para a imprensa. Daud afirmou que a reportagem é "imprecisa e incorreta", mas ressaltou que a Força Aérea está "examinando e analisando todas as possibilidades".
Essa declaração, em conjunto com outras falas públicas de oficiais do governo da Malásia, sugerem que eles ainda estão examinando minuciosamente os diferentes cenários sugeridos pelos dados dos radares. Não há detalhes adicionais, exceto o de que eles acreditam que a aeronave tentou retornar após desaparecer.
As autoridades da Malásia são as responsáveis por coordenar a busca internacional, que conta com 40 navios e ao menos 30 aviões de vários países. William Marks, porta-voz da sétima frota da Marinha dos EUA, disse que toda a área do Golfo da Tailândia já foi coberta.
Sem nenhum vestígio da aeronave, também começam a surgir tensões entre os parceiros internacionais. Lai Xuan Thanh, chefe da Autoridade de Aviação Civil do Vietnã, disse ao Wall Street Journal que o Vietnã quer limitar os próprios esforços de buscas até que a Malásia esclareça o que os radares mostraram. Se o avião estiver no Estreito de Malaca, o Vietnã terá que cessar as buscas, disse.
Ontem, a China também insistiu que a Malásia acelere a procura pelo avião. O Boeing, que transportava 239 passageiros, sendo mais de 150 chineses, decolou de Kuala Lumpur e deveria aterrissar em Pequim. Seu sinal no radar da Malásia foi perdido uma hora depois da decolagem.
Enquanto isso, a polícia da Malásia declarou estar investigando se o avião foi sequestrado ou sabotado. Eles estão compilando perfis psicológicos e pessoais dos passageiros e da tripulação, ainda que nenhuma informação tenha surgido que possa ligar o sumiço a um ato terrorista, informou o inspetor-geral da polícia, Khalid Abu Bakar. Fonte: Dow Jones Newswires.