A busca pelo avião da Malaysia Airlines se estendeu ao Oceano Índico nesta sexta-feira, após a distribuição de "novos dados", citados pela Casa Branca, que sugerem que a aeronave voou durante várias horas após desaparecer das telas do radar, há seis dias.
"Entendi que com base na nova informação, não necessariamente conclusiva, uma busca adicional pode envolver o Oceano Índico", informou Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, na quinta-feira.
A Marinha americana deslocou um de seus navios e um avião de reconhecimento que participam da busca ao avião do Golfo da Tailândia para o Oceano Índico, revelou um oficial à AFP.
"O 'USS Kidd' está passando pelo Estreito de Malaca em direção ao Oceano Índico", disse um oficial da Marinha, em referência a um dos grandes navios militares do país, que participa nas tarefas de busca ao lado do "USS Pinckney". Ambos estavam até agora posicionados no Golfo da Tailândia.
Quase uma semana depois do desaparecimento, persiste o mistério absoluto sobre o destino do voo MH370, que viajava entre Kuala Lumpur e Pequim, com 239 pessoas a bordo de várias nacionalidades, a maioria (153) cidadãos chineses.
A procura se concentrou em um primeiro momento no Mar da China meridional, ao leste da Malásia, na rota que o Boeing 777 deveria ter realizado. A última posição conhecida do avião antes de desaparecer das telas dos radares fica a meio caminho entre as costas da Malásia e Vietnã.
De acordo com o Wall Street Journal e o canal de televisão ABC, os investigadores americanos acreditam que o avião continuou voando por mais quatro horas, depois de ter desaparecido das telas dos radares, 60 minutos depois de decolar em Kuala Lumpur.
A suspeita está baseada em um sinal automático transmitido via satélite pelo avião durante quatro horas após o desaparecimento. Os sistemas se conectam a um ou a vários satélites, segundo as fontes.
Se efetivamente prosseguiu com o voo durante o período, o avião pode ter percorrido 3.500 quilômetros adicionais e alcançado o Oceano Índico, o Paquistão ou até mesmo o mar da Arábia.
O governo malaio está examinando as informações, indicou à AFP uma fonte ligada às operações de busca, sem revelar detalhes. Até o momento não foi anunciado se o país vai enviar equipes ao Índico.
Na quinta-feira, as autoridades da Malásia desmentiram as informações do Wall Street Journal de que as turbinas fabricadas pela Rolls Royce que equipavam o avião continuaram enviando sinais por quatro horas após a perda de contato com o controle aéreo. Mais tarde, o jornal destacou que os sinais enviados não eram procedentes das turbinas Rolls Royce.
O avião desapareceu dos radares uma hora depois da decolagem no sábado passado às 0H40 de Kuala Lumpur. As condições climáticas eram consideradas boas e nenhum sinal de alerta foi recebido.
O desaparecimento do Boeing 777 há seis dias provoca perplexidade entre especialistas e governos. Diversas hipóteses, mais ou menos razoáveis, foram citadas na última semana, de uma explosão a bordo até um sequestro, passando por problemas técnicos, um ataque com míssil e até o suicídio do piloto. A aeronave é considerada uma das mais seguras do mundo.
Até quinta-feira, a área rastreada por dezenas de aviões e navios enviados por mais de 10 países cobria quase de 27.000 milhas náuticas, o que equivale a 90.000 quilômetros quadrados (a superfície de Portugal). Ao perímetro se adiciona agora uma parte do Oceano Índico.