Jornal Estado de Minas

Desaparecido

China investiga se objeto pertence a Boeing 777 da Malaysia Airlines

Após vários alertas falsos, Malásia e Austrália advertiram que materiais observados podem não ter relação com o voo MH370

AFP
O objeto foi localizado a 120km de outro ponto do sul do Oceano Índico onde um satélite australiano localizou elementos igualmente suspeitos, segundo a agência oficial Xinhua - Foto: AFP PHOTO / POOL / Rob Griffith

A China detectou no sul do Oceano Índico um objeto suspeito que poderia pertencer ao Boeing 777 da Malaysia Airlines cujas buscas entram neste sábado em sua terceira semana. Pequim divulgou uma foto de satélite de um objeto flutuante no sul do Oceano Índico que poderia ser do avião, que fazia a rota entre Kuala Lumpur e a capital chinesa e desapareceu com 239 pessoas a bordo.

A foto, tirada no último dia 18, mostra um objeto de 22m de comprimento e 13m de largura, segundo a administração estatal de ciência, tecnologia e indústria da defesa. Pouco antes, a Malásia anunciou qua a China estava de posse da imagem, e o ministro malaio dos Transportes, Hishammuddin Hussein, informou que Pequim "enviará navios para verificação".

O objeto foi localizado a 120km de outro ponto do sul do Oceano Índico onde um satélite australiano localizou objetos igualmente suspeitos, segundo a agência oficial Xinhua. Na última quinta-feira, foi enviada ajuda aérea e naval a um perímetro de 26.000 km² localizado 2.500km a sudoeste da cidade australiana de Perth, para recolher os objetos, detectados no último dia 16, até o momento sem resultado.

O voo MH370 desapareceu dos radares no último dia 8, pouco após decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim levando 227 passageiros e 12 tripulantes. Segundo autoridades malaias, o avião foi desviado da rota e os sistemas de comunicação foram "cortados deliberadamente".

A partir de imagens de satélite, foram delimitados dois corredores para as buscas: um ao norte, até a Ásia Central, e outro até o sul do Oceano Índico.A maioria dos especialistas acredita que o avião esteja no sul do Índico, porque o aparelho dificilmente poderia ter sobrevoado a China ou as repúblicas da Ásia Central sem ter sido detectado.

Malásia e Austrália estão cautelosas
Após vários alertas falsos, Malásia e Austrália advertiram que os objetos observados podem não ter relação com o voo MH370. "Um objeto que flutua no mar por tanto tempo pode ter afundado", comentou o vice-premier australiano, Warren Truss, acrescentando que o objeto localizado por satélite pode ser um contêiner caído de um navio.

O perímetro de buscas e o número de aparelhos envolvidos aumentou. Quatro P-3 Orion australianos e neozelandeses, bem como dois aviões comerciais, deveriam rastrear neste sábado uma área de 26.000 km². Também estavam mobilizados dois navios mercantes, entre eles o norueguês St Petersburg, e um navio da Marinha australiana, o HMAS Success.

Para amanhã, é aguardada a chegada de dois aviões chineses, e aparelhos japoneses estarão na área de buscas nesta segunda e terça-feira.
Parentes de passageiros chineses desaparecidos voltaram a manifestar sua indignação neste sábado, durante uma reunião em Pequim com funcionários malaios. A polícia teve que intervir para acalmar os ânimos.

"O governo da Malásia está nos enganando, não se atreve a olhar na nossa cara. O governo malaio é o pior dos assassinos", afirmaram alguns dos presentes à reunião. Sarah Bajc, namorada de Philip Wood, passageiro americano, está entre os que não acreditam na morte dos ocupantes.

"Acredito, e acho que são muitos os que pensam assim, que os passageiros estão sendo mantidos reféns contra a própria vontade, por um motivo que desconheço", disse à rede de TV CNN..