Trinta e cinco países comprometeram-se nesta terça-feira a reforçar a segurança nuclear, principalmente por meio da aplicação mais rigorosa das regras internacionais, para impedir organizações terroristas de fabricarem bombas nucleares.
Em declaração conjunta, divulgada durante a Cúpula de Segurança Nuclear de Haia, na Holanda, os países se dispõem a trabalhar mais em conjunto e aceitam submeter-se a “revisões periódicas” dos seus sistemas de segurança de materiais nucleares sensíveis.
Os países – entre os quais figuram Israel, o Japão e a Turquia, mas não a Rússia nem a China – prometem “concretizar ou exceder” os padrões definidos em uma série de orientações sobre segurança de materiais nucleares da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Essas orientações são “a coisa mais parecida que temos com regras internacionais de segurança nuclear”, disse o secretário da Energia dos Estados Unidos, Ernest Moniz, ao apresentar o compromisso.
A Cúpula de Haia é uma iniciativa do presidente norte-americano, Barack Obama, que prometeu fazer da segurança nuclear um ponto central do seu legado político. Ele lembrou que o terrorismo nuclear era “a ameaça mais imediata e extrema à segurança global”.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse, na abertura da cúpula, nessa segunda-feira, que há quase 2 mil toneladas de materiais nucleares passíveis de serem usados na fabricação de armas em circulação. Para ele, “a segurança tem de ser uma preocupação constante”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Frans Timmermans, destacou que “a segurança continua a ser uma responsabilidade nacional”, mas que é fundamental “reforçá-la em nível internacional, aprendendo com a experiência dos outros e aplicando as linhas de orientação da Aiea”.
O acordo firmado por 35 dos mais de 50 países participantes da cúpula estabelece como objetivo a construção de uma “arquitetura” mundial de segurança nuclear, especialmente por meio de maior transparência, da troca de informações e do estabelecimento de boas práticas.