As buscas pelos destroços do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines, desaparecido desde o início de março, foram retomadas nesta sexta-feira em uma nova zona após a revisão de cálculos da trajetória do voo.
Depois da interrupção das operações na quinta-feira devido ao mau tempo, dez aviões se deslocaram para a nova área de buscas, 1.100 km a nordeste do local até então explorado.
A nova zona de busca é de aproximadamente 319.000 km2 e está a 1.850 km a oeste de Perth, no oeste da Austrália.
As aeronaves poderão realizar voos mais longos e as condições meteorológicas devem se manter mais favoráveis.
"As novas informações que temos estão baseadas em uma análise contínua de dados de radares situados entre o Mar da China Meridional e o Estreito de Malaca, após a perda de contato" com o voo MH370, revelou a Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA, que coordena as operações.
No dia 8 de março, o Boeing 777 saiu da rota prevista uma hora depois de decolar, às 00h41 (13h41 de sexta-feira no horário de Brasília) de Kuala Lumpur com destino a Pequim e prosseguiu com o voo por milhares de quilômetros em direção ao sul, antes de cair no mar, provavelmente por falta de combustível.
A Malásia anunciou oficialmente em 25 de março que o voo MH370 havia "caído no sul do oceano Índico", sem que nenhum objeto tenha sido recuperado para confirmar a informação.
Segundo a AMSA, os dados "indicam que o avião voava mais rápido que o estimado previamente, o que provocou um aumento do consumo de combustível e, portanto, a redução da distância percorrida pela aeronave, que se dirigiu para o sul do Oceano Índico".
Destroços para alguns
Esta avaliação foi elaborada pela equipe de investigação internacional na Malásia, com a colaboração da Australian Transport Safety Bureau (ATSB), e conclui "que é a pista mais consistente sobre onde localizar os destroços do avião".
"A ATSB destaca que a definição da potencial trajetória do voo pode ser objeto de um maior precisão com o avanço das análises da equipe internacional de investigação", acrescentando que a Austrália reposicionou seus satélites para a nova área de busca.
Desde o desaparecimento do voo MH370 com 239 pessoas a bordo, incluindo 153 chineses, centenas de destroços foram detectados por satélite no sul do Oceano Índico.
Nos últimos dias, a Tailândia e o Japão anunciaram que localizaram mais de 300 objetos flutuantes, os maiores medindo 15 metros.
Segundo uma autoridade citada pela agência japonesa Jiji, esses objetos pertencem "muito provavelmente" à aeronave.
Um piloto experiente
Mas, até o momento, não foi possível recuperar tais objetos e, portanto, identificá-los. Desta forma, é impossível afirmar que correspondam aos destroços do Boeing 777.
Cerca de três semanas após o desaparecimento da aeronave, cada dia conta nos esforços para recuperar as caixas-pretas que emitem sinais durante trinta dias.
A Marinha dos Estados Unidos enviou um detector de caixas-pretas equipado com hidrofones capazes de detectar sinais a até 6.000 metros de profundidade.
Entre as várias pistas exploradas para explicar o desaparecimento do Boeing, está o ato desesperado do piloto. Alguns investigadores procuram entender por que dois sistemas de comunicação da aeronave com o solo (ACARS e transponder) foram desligados intencionalmente.
As autoridades da Malásia entregaram ao o FBI, a Polícia Federal americana, um simulador de voo encontrado na casa do piloto Ahmad Shah Zaharie para análise.
Seu filho mais novo, Ahmad Seth, não acredita na teoria de que seu pai, um piloto experiente que trabalhava há mais de três décadas para a Malaysia Airlines, poderia intencionalmente causar a perda da aeronave.