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Estado de Minas

Principais pontos do quinto relatório do IPCC sobre mudanças climáticas


postado em 31/03/2014 10:16

Principais pontos do quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

IMPACTOS IMEDIATOS

"O sistema climático está sendo perturbado pelo ser humano e a mudança climática representa riscos para os sistemas naturais e humanos (...). Em décadas recentes, as mudanças no clima provocaram impactos em sistemas naturais e humanos em todos os continentes e oceanos", afirma o sumário do relatório.

Entre as evidências detectadas menciona as mudanças de tendência nas precipitações chuvosas, redução do permafrost (áreas geladas), das precipitações de neve, de gelo e na redução das geleiras, assim como as modificações das migrações e do hábitat de espécies animais, tanto em terra como no mar.

As mudanças climáticas já provocam impacto na produção alimentar, em particular o trigo e o milho. O clima também tem um impacto, mas relativamente pequeno, em doenças nas últimas décadas, por exemplo com as ondas de calor.

RISCOS ATÉ O FIM DO SÉCULO

"O aumento das temperaturas intensifica a probabilidade de impactos severos, generalizados e irreversíveis", aponta o documento.

Mesmo aumentos de temperaturas de 1ºC ou 2ºC em relação aos níveis pré-industriais apresentam riscos que são "consideráveis".

Um aumento de até 4ºC acarretaria "um impacto severo e generalizado sobre sistemas únicos e em perigo, extinções substanciais de espécies" e "grandes riscos para a segurança alimentar mundial e regional".

Um aquecimento de 2ºC na comparação com o período pré-industrial poderia representar um corte do crescimento econômico mundial de entre 0,2% e 2%. O impacto de um aumento acima de 3ºC é uma incógnita.

A redução da pobreza será mais difícil, especialmente em regiões como a África, que registra grande insegurança alimentar e níveis de desigualdade, e "novos bolsões de pobreza" surgirão em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

A ONU tem como objetivo alcançar um acordo, até o fim de 2015, para limitar o aumento das temperaturas a 2ºC.

RISCOS ESPECÍFICOS

- Inundações: as emissões de gases do efeito estufa aumentarão "significativamente" os riscos, em particular na Europa e Ásia.

- Falta de água: os níveis de água em países áridos registrarão quedas "significativas", o que aumentará a tensão para obter acesso a este recurso. O acesso a água em países de latitudes altas provavelmente aumentará.

- Aumento do nível dos mares: a quantidade de pessoas expostas a inundações costeiras e à perda de terras crescerá significativamente nas próximas décadas, em parte por causa da alta demográfica e da urbanização. Os pequenos Estados insulares e os países em desenvolvimento em áreas baixas "sofrerão de modo previsível um grande impacto".

- Saúde: os riscos incluem o aumento de doenças transmitidas por mosquitos ou típicas de zonas úmidas, a mortalidade e as doenças provocadas pelo calor, a contaminação ou queda de qualidade da nutrição.

- Fome: todos os aspectos da segurança alimentar serão afetados pela mudança climática, especialmente os relacionados com os cereais e as reservas de pesca. Sem medidas adequadas, a produção de trigo, arroz e milho cairá em meados do século, mas algumas áreas podem sair beneficiadas. A partir de 2050 os riscos serão mais severos. As regiões tropicais e subtropicais serão mais afetadas. Um aumento da temperatura superior aos 4ºC neste século, combinado com a demanda maior de alimentos de uma população em crescimento, "representa grandes riscos".

- Extinção de espécies: Muitas espécies terrestres e de água doce poderiam desaparecer em consequência do fim de seus hábitats. As espécies no Ártico e nos recifes de corais passam a correr grave risco se a temperatura subir 2ºC.

- Conflitos: "As mudanças climáticas podem aumentar indiretamente os riscos de conflitos violentos em forma de guerras civis e atos de violência entre grupos", por causa da disputa provocada pela pobreza, a fome, e a falta de moradia.

- Pontos críticos: um aumento de temperatura de nível médio ou alto representa "um alto risco de mudanças abruptas e irreversíveis" em ecossistemas regionais, como a Amazônia, os recifes de coral ou a tundra do Ártico.

COMO ADAPTAR-SE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

"Os riscos globais do impacto da mudança climática podem ser reduzidos, caso a magnitude e o ritmo do fenômeno sejam limitados", explica o texto.

Reduzir as emissões de CO2 de forma rápida diminuirá a severidade dos impactos.

Há opções relativamente baratas e simples, como:

- Reduzir o desperdício de água, aumentar a reciclagem.

- Evitar os assentamentos humanos em áreas propensas às inundações, aos deslizamentos de terra e à erosão costeira.

- Preservar terras úmidas que podem servir de barreiras contra as inundações e salvar os manguezais que podem proteger as costas de tempestades inesperadas. Lutar contra os incêndios florestais.

- Introduzir cultivos resistentes às secas e estimular os sistemas de irrigação eficientes.

- Desenvolver áreas verdes nas cidades que suavizem o impacto das ondas de calor.

- Estimular os sistemas de prevenção e a conscientização sobre o aquecimento global na administração pública. Elaborar políticas a nível local e regional.

- Reforçar os planos de luta contra desastres naturais.

- Fortalecer as instituições internacionais que atuam para desativar crises entre os países que disputam recursos naturais.

FONTE: "Mudança climática 2014: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade" (IPCC)


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