O papa Francisco pediu coragem no diálogo entre a oposição e o governo na Venezuela, incentivando-os ao 'heroísmo do perdão'.
"É um caminho longo e difícil, mas o único que pode levar à paz e à justiça", afirmou.
A Santa Sé divulgou nesta sexta-feira a mensagem que foi lida na véspera, em Caracas, pelo núncio Aldo Giordano ante as partes presentes na primeira sessão deste diálogo de paz.
A mensagem é dirigida ao presidente Nicolás Maduro, aos membros do governo, aos representantes da Mesa da Unidade Democrática e aos chanceleres da Unasul.
O governo socialista venezuelano desejava que o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, ex-núncio no país, fosse um dos mediadores neste conflito.
O Papa argentino não respondeu a este pedido, mas o Vaticano está representado pelo núncio.
"Desejo antes de tudo agradecer pelo convite que dirigiram à Santa Sé para participar no processo de diálogo e paz por seu querido País", assinala Francisco em sua mensagem.
Governo e oposição da Venezuela trocaram acusações durante quase seis horas, sem nenhum avanço em qualquer proposta, durante um primeiro encontro.
O presidente Nicolás Maduro, acompanhado por seu Estado-Maior, recebeu na quinta-feira no Palácio de Miraflores o duas vezes derrotado candidato da MUD, Henrique Capriles, em um encontro que não contou com a presença da ala radical da oposição, que pretende forçar a renúncia presidencial com protestos nas ruas.
O encontro, que aconteceu após intensas negociações dos chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), teve como "testemunhas de boa-fé" os ministros das Relações Exteriores do Equador, Brasil e Colômbia, além do núncio apostólico, que leu uma mensagem do papa Francisco.
Maduro rejeitou as principais propostas da oposição - anistia de presos, desarmamento de grupos civis ligados ao governo -, propôs aos opositores que se integrem a mesas e comissões, além de ter convocado uma nova reunião para terça-feira com representantes do governo.
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