Segundo o texto de Yatsenyuk e Turchynov, os direitos de todos os civis serão protegidos, independentemente da língua que eles falam. Em um discurso no Parlamento, o premiê afirmou que o governo está elaborando uma lei oferecendo anistia a todos os manifestantes dispostos a abandonarem suas armas e deixarem os prédios ocupados.
Na opinião do analista político Vadim Karasyov, o governo interino não tem condições de resolver as revoltas no leste do país por meio militar, então procura negociar com os manifestantes pró-Rússia. "Kiev deveria ouvir as demandas dessas pessoas. Eles (o governo) nem sabem quais são essas demandas, talvez elas sejam razoáveis", comentou.
Enquanto isso, a ex-premiê e provável candidata à presidência Yulia Tymoshenko chegou a Donetsk nesta sexta-feira, em uma tentativa de amenizar as tensões na região. "Eu gostaria de ouvir as demandas e descobrir quão sérias elas são, para que se possa encontrar o compromisso necessário entre o leste e o oeste, que nos permita unir o país", afirmou.
Já o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que "é óbvio que quando se fala em desarmamento, nós temos em mente primeiro de tudo a remoção das armas do membros do Setor de Direita e outros grupos pró-fascistas que participaram do golpe em Kiev em fevereiro". O Setor de Direita é um grupo ultranacionalista que está ocupando o prédio da prefeitura de Kiev e um centro cultural na cidade.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores russo se disse "desapontado" com a postura dos EUA em relação ao acordo anunciado ontem em Genebra para tentar resolver a crise. Segundo a chancelaria russa, o tom de ultimato dos norte-americanos, que ameaçaram com novas sanções caso o acordo não seja cumprido, é "inaceitável".