"Estávamos suando, ofegantes, cavando procurando nossos amigos", conta o sobrevivente Cheddar Sherpa ao lado do corpo de um amigo no mosteiro Sherpa em Katmandu, capital do Nepal. Ele ajudou a carregar feridos e não tinha ideia de quem poderia ainda estar vivo. "Estávamos aterrorizados", disse.
Ao menos 13 pessoas foram mortas, outros três ainda estão desaparecidas, embora já não haja esperança de encontrá-las vivas.
A escaladas no monte foram interrompidas em meio a operação para localizar corpos debaixo da neve, mas a procura foi suspensa na tarde de domingo por conta do mau tempo e não estava claro se ela poderia continuar na segunda-feira, disse o oficial do Ministério do Turismo Mohan Sapkota.
Organizadores de expedições ao pico do Everest disseram que as escaladas vão continuar, embora não se saiba quando, nem como. Muitos guias estão feridos ou mortos.
Todos os mortos eram da comunidade Sherpa no Nepal, a qual depende fortemente da indústria de trekking e escalada, com muitos vivendo como guias e outros prestando serviços a visitantes, como fornecimento de equipamento e transporte. No momento da avalanche, segundo Cheddar Sherpa, dúzias de guias Sherpa estavam carregando tendas e equipamentos na preparação para receber seus clientes que chegariam no próximo mês, quando as condições climáticas são melhores.
O escalador americano Jon Reiter estava na área atingida quando guias o forçaram a descer. "Estávamos subindo logo após o entardecer e ouvi o som de algo quebrando", disse Reiter. Segundo ele, havia poucos escaladores ocidentais na região e todos sobreviveram.