A Igreja Católica oficializou neste domingo dois novos santos, em uma cerimônia inédita: pela primeira vez, dois papas reunidos na Praça de São Pedro para a canonização outros dois pontífices. Agora os fiéis podem venerar São João XXIII (1881 -1963) e São João Paulo II (1920 -2005), após celebração presidida pelo Papa Francisco e com presença do Papa-emérito Bento XVI.
Os papas santos não realizaram grandes milagres os olhos humanos, nem passaram por sacrifícios como mártires. O processo de canonização de São João Paulo II foi mais rápido que o normal, enquanto não foi necessária a comprovação de um segundo milagre para atestar a santidade de São João XXIII. O recado passado pela Igreja com a dupla canonização é esclarecer o conceito de santidade, que é mais simples do que se pensa e tentar se aproximar mais dos fiéis com nomes que viveram nos séculos XX e XXI e ainda presentes na memória.
Ao comentar sobre João XXIII, o pontífice frisou a convocação do Concílio Vaticano II, que propôs uma grande renovação na Igreja, como as missas celebradas nas línguas nacionais e não mais em latim, por exemplo. “Na convocação do Concílio, João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à Igreja; foi o Papa da docilidade ao Espírito Santo.”
O último papa santificado foi Pio X, governou a Igreja entre 1903 e 1914. Agora, em uma só missa, a Igreja chamará de santos dois gigantes de sua história: o conservador carismático João Paulo II e o progressista João XXIII.
Ao final da da celebração, Papa Francisco saudou os milhares de fiéis que lotaram a Praça de São Pedro, em especial as caravanas que vieram de Bérgamo, cidade natal de João XXIII e da Cracóvia, onde João Paulo II foi arcebispo. Após as orações, Francisco passeou no papamóvel perto da multidão.
(Colaborou Lucas Rage/Estado de Minas)